22 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 18/01/2022 às 10:29

‘Não foi esse o combinado’, avalia presidente da Fecomércio-GO sobre novo decreto de Goiânia

Marcelo Baiocchi durante uma das reuniões que definiram os rumos de Goiânia no enfrentamento a Covid-19 (Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia)
Marcelo Baiocchi durante uma das reuniões que definiram os rumos de Goiânia no enfrentamento a Covid-19 (Foto: Divulgação/Prefeitura de Goiânia)

Previsto para restringir apenas grandes festas, eventos e shows, o novo decreto da Prefeitura de Goiânia anunciado ontem (17/01) e publicado nesta terça-feira (18/01) causou desconforto em setores do comércio da capital. É que o texto também atingiu o funcionamento de bares, restaurantes, academias, cinemas e shoppings centers. De acordo com o presidente da Fecomércio-GO, Marcelo Baiochi, isso não havia sido combinado e nem discutido nas reuniões que a entidade participou.

“O que nós podemos constatar é que foi vedado grandes eventos como já se era esperado, mas também atingiu diretamente as atividades comerciais e isso não era esperado. Não esperávamos diminuir para 50% a ocupação em bares, restaurantes, academias e outras atividades comerciais como shopping centers”, explica Marcelo ao blog. O presidente entende que o decreto foi mais ‘enérgico’ do que se havia combinado nas reuniões que as entidades tiveram com a Prefeitura.  

‘Medida enérgica’ demais

“A nossa avaliação é que houve uma medida um pouco mais enérgica do que se havia combinado e que o que havíamos avaliado para o momento. Na reunião que tivemos com os secretários foi discutido e entendido que seria necessário atacar diretamente eventos onde havia aglomeração principalmente aqueles com mais de 1000 pessoas que não é o caso dessas outras atividades comerciais”, explicou Baiocchi.

Apesar de afirmar que o setor comercial irá cumprir com o decreto, mas vão cobrar alterações e flexibilizações no texto. “O empresário de forma geral irá cumprir o decreto mas avaliamos que ele deverá ser revisto no período mais curto não havendo necessidade de aguardar talvez 14 dias ou mais, porque só de fazer com que grandes eventos e geradores de aglomeração onde há contaminação maior já teremos resultados nesses índices que se espera.”

Vereador lamenta decreto mas ressalta ‘necessidade’

Vereador que caminha ao lado do setor de eventos na Câmara Municipal, Marlon Teixeira (Cidadania), explica ao blog que o decreto é necessário e tende a ser flexibilizado em breve. A gripe, covid-19 e a variante ômicron com a dengue forçam que o setor público adote medidas contundentes para a contenção das síndromes.

“Infelizmente a covid-19, a gripe h3n2 e a dengue tem lotado a rede de saúde pública e privada. Algo tinha que ser feito para conter o avanço desse trio que está prejudicando a cidade. Além do problema de saúde, as empresas e também os serviços públicos estão estão ficando em déficit de funcionários e servidores travando o andamento da cidade”, comenta.

Ele diz que acompanhará junto à Prefeitura o cenário epidemiológico para intervir em possíveis flexibilizações. “Infelizmente o decreto é necessário, mas tem que ser temporário e ter uma flexibilização o quanto antes para não prejudicar ainda mais a categoria de eventos que foi a primeira a parar e a última a voltar. Nos próximos 15 dias vamos acompanhar junto com a Prefeitura o cenário e propor um novo decreto o mais rápido possível quando for viável”, destaca.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.