O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partida) não quer responder perguntas incômodas. Em visita à Eldorado no interior paulista, nesta quinta-feira (03/09) um grupo de repórteres cobriam sua visita, mas antes de iniciar uma entrevista coletiva reclamou das perguntas que o faziam em Brasília.
“Que perguntas vocês vão fazer? Lá em Brasília tá difícil”. Ao ouvir de um jornalista que o trabalho de repórter também é de fazer perguntas incômodas, reclamou: “Então, vai perguntar pra outro”. Para ele, o jornalismo deve funcionar como uma grande assessoria de comunicação.
Não é segredo nenhum que Bolsonaro há algum tempo tenta cravar uma luta contra profissionais que tentam fazer seu trabalho de fazer perguntas. Algumas delas, incômodas. Ficou enraivecido quando ouviu um repórter questionar sobre os depósitos que Fabrício Queiroz, ex-assessor de um de seus filhos havia feito para a primeira-dama, Michele Bolsonaro. “Minha vontade é de encher tua cara de porrada”, disparou.
Tudo bem que há alguns jornalistas que sentam-se em sua mesa e à estes, Bolsonaro é só elogios. Alguns profissionais que leem e defendem com afinco aquilo que sua Secretaria de Comunicação posta nas redes sociais.
Alexandre Garcia disse há algumas semanas em uma participação na CNN que Bolsonaro era “comprovação científica da eficácia da cloroquina”. Uma declaração que beira o deboche para qualquer infectologista que está buscando uma solução em tempos de pandemia para que possamos voltar a viver sem distanciamento social e abraços. Mas é esse tipo de jornalista que Bolsonaro gosta. Aquele que o defende, mesmo que tenha que apelar para falácias delirantes. Aquele que o tira da zona de conforto? Porrada nele.