30 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 10/09/2022 às 19:05

PT planeja trazer Lula e Alckmin a Goiás na tentativa de atrair voto conservador

Geraldo Alckmin e Lula, respectivamente, candidatos a vice-presidente e presidente da República devem pintar em Goiânia (Foto: Ricardo Stuckert)
Geraldo Alckmin e Lula, respectivamente, candidatos a vice-presidente e presidente da República devem pintar em Goiânia (Foto: Ricardo Stuckert)

Líder na pesquisa de intenção de voto a nível nacional, mas atrás nos levantamentos regionais que medem o eleitorado goiano, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deve pintar em Goiás na reta final de campanha, junto com seu vice, Geraldo Alckmin (PSB). A agenda está sendo fechada pela cúpula petista e envolve até mesmo a segurança do presidenciável, haja vista a escalada de violência política.

A ideia é que a visita ocorra na semana do dia 19, entre os dias 20 e 23 de setembro. “O planejamento envolve toda a coordenação política da campanha. O local ideal e questões de segurança dos candidatos, ainda mais nessa onda de violência política que vem acontecendo em Goiás e no Brasil. A vinda deles irá acontecer na reta final da campanha”, garante o coordenador de marketing do candidato da Federação Brasil da Esperança, Wolmir Amado (PT), Murilo Velasco.

O candidato a vice-governador na chapa da Federação, Fernando Tibúrcio (PSB) está cuidando da interlocução com Geraldo Alckmin. O ex-governador de São Paulo, inclusive, deveria ter marcado presença em solo goiano ainda na pré-campanha, mas teve de adiar em virtude do diagnóstico positivo para Covid-19 na época. Havia também a expectativa do ex-governador de Goiás, José Eliton (PSB) ser o candidato da chapa lulista em Goiás. Geraldo, então, preferiu deixar para vir quando o ex-tucano fosse oficializado, o que não ocorreu.

Lula e Alckmin precisam dar atenção a estados conservadores

Tibúrcio, inclusive, avalia que a vinda de Lula junto a Alckmin poderá ter fatores positivos no eleitorado goiano. Ambos os candidatos estão atrás nas pesquisas de intenção de voto em Goiás. Para o advogado, é essencial que o comando da chapa nacional dê atenção especial a estados com perfil mais conservador onde Bolsonaro tende a liderar. 

“Penso que o comando central da campanha Lula-Alckmin deve também mirar o foco agora nos estados onde o eleitorado tem um perfil mais conservador. Uma diferença de cinco pontos percentuais, como a de Goiás, apontada na pesquisa Serpes divulgada ontem, significa mais de 200 mil votos de frente para Bolsonaro”, destaca. 

“Com Lula precisando de cada voto para fechar a eleição no primeiro turno, esses estados podem fazer a diferença. Na minha opinião, a presença física dos candidatos é muito importante para sensibilizar, sobretudo, os eleitores que ainda não decidiram em quem vão votar.”, destaca citando a pesquisa Serpes publicada pelo jornal O Popular, nesta sexta-feira (09/09).

Escalada de violência preocupa

Um dos fatores que preocupam a cúpula dos partidos que compõem a Federação Brasil da Esperança é o salto da violência política, especialmente contra partidos de esquerda em Goiás. O relato contado pela primeira vez no Diário de Goiás sobre fiéis da Congregação Cristã do Brasil que se sentiam pressionados a votar no candidato Jair Bolsonaro (PL), culminou numa discussão que levou um frequentador da igreja a atirar em outro fiel.

No domingo passado (04/09), Mauro Rubem e Adriana Accorsi, candidatos a deputado estadual e deputado federal, ambos do PT, foram alvo de tentativas de intimidação. A dupla, junto com seus apoiadores, fazia ato de campanha numa feira na Vila Redenção quando um eleitor bolsonarista apontou uma arma ao grupo chamando-os de vagabundos.

Durante caminhada na manhã deste sábado (10), em ato de campanha eleitoral na Vila Mutirão, em Goiânia, o candidato ao governo de Goiás pelo Partido dos Trabalhadores (PT), Wolmir Amado, foi vítima de perseguição por um carro de som que seguia o mesmo trajeto com discurso de ódio contra a esquerda e o PT.

Chama atenção o fato acontecer um dia após um homem ser morto por um colega de trabalho depois da vítima defender o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), no Mato Grosso.

De acordo com a coordenação de campanha do candidato, o departamento jurídico irá tomar as medidas cabíveis junto ao TRE-GO para identificar quem está financiando estas ações e intervir em defesa da democracia.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.