08 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 01/08/2022 às 18:31

Mesmo se optar pela Câmara, Marconi deverá caminhar com PT e PSB, afirmam aliados

Ex-governador Marconi Perillo ao lado de Wolmir Amado, hoje pré-candidato do PT ao Governo de Goiás (Foto: Reprodução)
Ex-governador Marconi Perillo ao lado de Wolmir Amado, hoje pré-candidato do PT ao Governo de Goiás (Foto: Reprodução)

Com a pré-candidatura ao Governo de Goiás em dúvida e a possibilidade de recuo em uma campanha à Câmara dos Deputados, o ex-governador Marconi Perillo (PSDB) deve reconfigurar a rota às vésperas das convenções que irão definir seus rumos nas eleições. Mesmo diante do novo contexto, o tucano deverá caminhar com partidos de centro-esquerda e adversários históricos, como o PT e o PSB.

O que explicaria uma aliança entre partidos historicamente rivais? É a “nova ordem da política”, segundo um aliado. A candidatura à Câmara dos Deputados estaria envolvida num contexto de protagonismo. Com a eventual vitória do ex-presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e em nome da governabilidade petista, está a costura de apoios antes inusitados. Se caminharem juntos agora, Marconi Perillo poderia aparecer em 2023 como presidente da Câmara ou de uma importante comissão para os trabalhos da Casa.

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De acordo com outro aliado, dificilmente o PSDB caminharia numa chapa exclusiva de deputados estaduais e federais sem estar apoiando um candidato ao Governo. Nesse sentido, a porta disponível aos tucanos seria uma composição com a Federação Brasil da Esperança (PT, PV e PCdoB) e o PSB, que volta a ter conversas com a legenda petista. 

E as conversas com ex-prefeito de Aparecida de Goiânia, Gustavo Mendanha (Patriota)? “Neste momento Marconi Perillo está mais perto de Lula do que de Mendanha”, crava um tucano. Além da resistência do presidente do Patriota, Jorcelino Braga, Marconi e Mendanha acabaram se distanciando ao longo da pré-campanha.

E a chapa majoritária? Há quem ache cômodo que Marconi Perillo sequer indique alguém para seu lugar e o PSDB fique sem nomes para a vice-governadoria ou ao Senado fazendo uma campanha focada em eleger a si e outros dois deputados federais. Se assim for, os tucanos ficarão sem participar de uma eleição majoritária desde 1994, quando indicou Walter Rodrigues na vice da então pepista Lúcia Vânia.

Com Marconi Perillo mirando a Câmara dos Deputados, o PT fica livre para confirmar a candidatura de Wolmir Amado e o PSB assumindo protagonismo na chapa majoritária com outra vaga para distribuir entre o PCdoB e o PV. Vale lembrar que o presidente do PV, Cristiano Cunha e a ex-secretária de Estado, Denise Carvalho tentam uma vaga ao Senado pela “frente ampla”.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.