A possibilidade de uma intervenção estadual na Prefeitura de Goiânia está rodando nas conversas entre vereadores na Câmara da capital há aproximadamente um mês. O assunto começou com a abertura dos trabalhos da Comissão Especial de Inquérito que apura irregularidades na Comurg, mas perdeu força ao longo dos últimos dias.
Na avaliação de alguns vereadores ouvidos pelo Diário de Goiás, o governador Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) não permitiria que um eventual pedido de impeachment contra o prefeito Rogério Cruz (Republicanos) fosse adiante. E, os dois têm mantido uma aliança administrativa consolidada e que reflete na política também.
O mecanismo seria utilizado apenas se algum processo de impeachment fosse instaurado e ameaçasse o atual prefeito. A leitura feita é que um processo de impedimento poderia dar força ao presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota).
Apesar do relacionamento entre Policarpo e Caiado ser republicano, a tese é de que o governador não confia no vereador e preferiria alguém de sua confiança no comando da capital. Mas, prefere que Cruz continue.
O assunto provoca preocupação entre alguns vereadores. “Seria muito ruim, travaria ainda mais a Prefeitura e a Câmara. É péssimo para a cidade e ninguém sai ganhando com isso”, destaca um parlamentar. Outro coloca panos quentes no tema. “É um buchicho que começou com a instauração da CEI da COMURG, mas não deve prosperar”, destaca.
“O governador sabe que o prefeito não faz uma boa gestão, mas falta menos de um ano e meio para o período eleitoral. Se ele quiser ter um candidato competitivo nas eleições, seria melhor um prefeito desgastado no cargo como o Rogério do que um interventor”, destaca outro vereador que defende a continuidade da gestão Cruz.
Enquanto o assunto estava em alta, vereadores falaram até quem seria o interventor: Pedro Henrique Sales, secretário da Infraestrutura e cotado para uma eventual candidatura ao Paço Municipal em 2024.