Com ocupação dos leitos de UTI em alta beirando os 80%, a deputada estadual Adriana Accorsi (PT) está temerosa com o retorno às aulas presenciais e protocolou um requerimento na Assembleia Legislativa pedindo o adiamento da retomada presencial do ensino. “Goiás é o estado que tem o maior índice de contaminação do Brasil e está em estado grave na questão da contaminação, mortes e internações”, disse ao Diário de Goiás, nesta quarta-feira (11/08).
“Este requerimento vem manifestar uma preocupação com a vida das pessoas no nosso estado uma vez que uma grande quantidade de famílias tem filhos em idade escolar ou são profissionais da educação pública do Estado e embora uma grande parte dos trabalhadores e trabalhadoras da educação tenham sido vacinados inclusive com um projeto da minha autoria, eu acredito que o risco continua”, destacou.
A parlamentar ainda destaca que, para além da transmissão por pessoas vacinadas, parte dos alunos – crianças e adolescentes – sequer tem no horizonte a vista a programação de se imunizarem. “Mesmo a pessoa vacinada pode transmitir, ressaltando que crianças e adolescentes não foram e nem há a previsão da vacinação”, avalia. “Eu temo e acredito que muitos também, que muitos em Goiás, pela vida das pessoas e o retorno as aulas possa gerar um imenso número de pessoas contaminadas e infelizmente mortas ou com sequelas.”
Secretário não crê que retorno às aulas promova aumento de casos
Apesar da preocupação com o retorno às aulas, o secretário de Estado de Saúde de Goiás (SES-GO) Ismael Alexandrino acredita que não seja isto que possa promover um levante nos casos da Covid-19. “A questão das aulas que precisamos observar: não sabemos o comportamento se vai contribuir aumentando ou diminuindo as taxas de ocupações. As pessoas são mais jovens e elas tendem a internar menos. Apesar de ser um ambiente com mais gente, é um lugar mais controlado, com mais rigor, as pessoas respeitando, utilizando máscara do que se estivessem de férias, aglomerando. A terceira semana será de muita importância para a análise”, destacou nesta quarta-feira em entrevista à Sagres.
O que irá contrapor o retorno às aulas e impedir um repique da pandemia é justamente a vacinação acelerada. “Não no sentido de não ter a doença, mas no sentido de tê-la na sua forma mais branda, tal qual a que eu tive, de forma que não necessite de internação e outras complicações. Já temos essa estatística, das pessoas que tomaram duas doses, 95% não registrou nenhum tipo de doença, uma parcela muito pequena registrou doença e uma parcela muito pequena atingiu o óbito, 0,10% para quem tomou as duas doses”, explica.