Não fosse o plano emergencial com o Governo do Estado e as Prefeituras subsidiando o transporte coletivo, a tarifa do serviço na Região Metropolitana de Goiânia estaria custando aproximadamente sete reais. Mas a avaliação do Governo de Goiás, em conjunto com as administrações municipais é que não dá para reajustar em um contexto de crise decorrente da pandemia e inflação galopante a tarifa para o passageiro. Por isso, a tarifa em 2022 continuará a mesma: R$ 4,30.
Quem garante é o secretário-geral de Governo do Estado de Goiás, Adriano Rocha Lima em entrevista ao Diário de Goiás, nesta sexta-feira (03/12). “O Estado junto com o município de Goiânia tomou a decisão que não vai reajustar a tarifa neste ano, nem no ano que vem. A tarifa vai ser mantida a R$ 4,30. A gente tá vindo de uma pandemia e não há condições hoje de repassar mais custos a população. Ainda mais quando se vê a inflação crescente. Não há condições de reajuste”.
Com a tarifa congelada, agora o debate será debruçado pelos parlamentares da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego) junto com as Prefeituras da RMG e o Governo do Estado vão definir as diretrizes da reformulação do transporte que terá como premissa a possibilidade de múltiplas tarifas de acordo com a distância da viagem bem como uma nova distribuição do financiamento do serviço.
NÃO DEIXE DE LER: Proposta que reformula o transporte coletivo e implanta tarifa flexível na região Metropolitana de Goiânia é apresentada
Na prática, é sair do plano emergencial que hoje dá condições para as empresas operarem e migrar para um sistema de financiamento novo que atenderá todas as cidades da Região Metropolitana de Goiânia: Governo do Estado e Goiânia, com 41%, Aparecida com 9,4% e Senador Canedo com 8,2%. “A diferença é que tirando esses três todos os demais você não tem origem no transporte coletivo. Nenhum ônibus parte de lá, eles passam por lá. Não embarca passageiros na origem a partir dessas cidades e por isso estão sendo tratadas da maneira das demais. E algumas cidades são muito pequenas nessa composição da Região Metropolitana”, pontua.
Adriano destaca que não é nenhuma novidade o poder público financiar o transporte coletivo. Isso acontece em diversos países considerados exemplos no serviço como Colombia, Espanha e Suiça, apenas citando alguns. Há, para além do investimento, economia e uma melhor mobilidade em torno das cidades. “A questão do subsídio existe em qualquer cidade do mundo. Cidade onde se tem transporte coletivo tem subsídio. O sistema de transporte coletivo não se auto-sustenta se você passar 100% da tarifa por usuário. A conta é vantajosa para o poder público porque quanto mais você garante subsídio num sistema de melhor qualidade você deixa de investir mais em vias urbanas”, destaca, ressaltando que assim que a reformulação for aprovada, uma nova tarifa será debatida.