14 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 12/02/2021 às 18:02

Vereador de Goiânia propõe alteração no cronograma de vacinas para retorno presencial das aulas na rede municipal

Bessa (DC) quer retorno às aulas presenciais ainda neste primeiro semestre, mas com professores da rede municipal vacinados (foto: reprodução/Youtube)
Bessa (DC) quer retorno às aulas presenciais ainda neste primeiro semestre, mas com professores da rede municipal vacinados (foto: reprodução/Youtube)

Para o vereador Wellington Bessa (DC), tão fundamental quanto o retorno das aulas presenciais, é que os professores da rede pública municipal sejam imunizados contra a Covid-19. Por isso, irá apresentar ao prefeito Rogério Cruz (Republicanos) um pedido para que a categoria seja inserida junto aos grupos prioritários para que a vacinação ocorra e as atividades educacionais possam ser retomadas ainda neste primeiro semestre. 

“Nós tivemos praticamente um ano de 2020 praticamente perdido para a educação municipal. É necessário que a gente pense formas de maneira muito mais rápida e acelerada para que a gente consiga implementar o retorno das aulas presenciais para que os alunos que não tiveram acesso principalmente ao ensino remoto por falta de estrutura social e condições de terem essas aulas e os pais e mães que precisam trabalhar possam acomodar seus filhos nas escolas”, disse o parlamentar em entrevista ao Diário de Goiás concedida nesta sexta-feira (12/02).

Um encontro com o prefeito Rogério Cruz está agendado para acontecer na próxima segunda-feira (15/02), quando o vereador irá justificar seu pedido. “Eu encaminhei para o prefeito via Câmara Municipal, eu vou sentar com o Rogério na próxima segunda-feira. Vou procurar o dr. Durval para apresentar novamente o requerimento. Porque é essencial que os professores e os profissionais sejam imunizados”, destacou.

Segundo ele, a educação em 2020 foi praticamente perdida porque diversos alunos da rede pública municipal sequer tinham meios tecnológicos para acessar as aulas. Além da necessidade do retorno, a imunização se faz necessária. “Eu até na condição de professor eu vejo a necessidade de retorno das aulas presenciais no que tange à educação municipal de ensino por conta da falta de estrutura que a família tem com seus filhos em casa e acompanhar nos meios digitais. O retorno às aulas que todos nós temos até para a própria qualidade do ensino público municipal. A vacina é essencial para que os professores tenham condições de ministrar aulas de maneira presencial”, destaca.

Não vão passar na frente de ninguém

Bessa explica que está pedindo apenas para que haja um encaixe dos professores dentro dos grupos prioritários que estão sendo vacinados. Os professores estão muito expostos, pois, segundo o vereador crianças de até 12 anos, são vetores de contaminação da doença.

“O que a gente quer é que as aulas voltem com segurança obviamente, respeitando todos os protocolos, mas que os professores que estão expostos ao vírus e aos vetores de contaminação eles possam ser priorizados dentro ordem geral da vacina. A gente não quer que eles passem na frente de ninguém, mas que no grupo de geral, ante ao serviço essencial que eles prestam que é o serviço de educação sejam priorizados naquele grupo geral. Eu vou conversar com o prefeito Rogério Cruz na segunda-feira para que isso seja implementado”, destacou.

Servidores da educação estão entre grupos prioritários definidos pelo Ministério da Educação

Os servidores da educação, seja básica ou superior, já estão inseridos entre as 27 “categorias prioritárias” definidas pelo Ministério da Saúde. Porém, na ordem estabelecida pela pasta, os “trabalhadores da educação do Ensino Básico (creche, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA)” aparecem na 17ª posição da lista. 

O Ministério destaca, por meio de nota, que os municípios podem “montar seu próprio esquema de vacinação e dar vazão à fila de acordo com as características de sua população, demandas específicas de cada região e doses disponibilizadas”. É justamente isso que o vereador quer mostrar ao prefeito: é necessário vacinar os professores da rede pública municipal para que as aulas possam voltar antes que o primeiro semestre termine. “Nesse ponto eu entendo, perante a essa necessidade é perfeitamente justificável até porque o quantitativo não é tão alto que possam atrapalhar o plano de vacinação. Se nós deixarmos para imunizar lá para maio, junho, teremos mais um semestre perdido para a educação no município de Goiânia. Eu acredito que é possível fazer essa priorização.”

Ele aguarda uma definição o mais rápido possível pois o desejo do parlamentar é que as aulas recomecem assim que os professores sejam imunizados. “O objetivo é esse [retorno imediato] até para que a gente possa ter o retorno das aulas de forma segura. Os professores, seja de que área for, estão na linha de frente e a educação é um serviço essencial, mas quando a gente fala de educação pública municipal a situação é muito mais gritante. Tem pais e mães que precisam do retorno das aulas para que possam fazer suas atividades laborativas, da mesma forma, as crianças afastadas da escola e em casa, elas não têm condições de executar tarefas pedagógicas porque falta estrutura.”

Veja a lista de categorias prioritárias estabelecidas pelo Ministério da Saúde:

  • Pessoas com 60 anos ou mais e que estejam institucionalizadas;
  • Pessoas com deficiência institucionalizadas;
  • Povos indígenas vivendo em terras indígenas;
  • Trabalhadores de saúde;
  • Pessoas de 80 anos ou mais;
  • Pessoas de 75 a 79 anos;
  • Povos e comunidades tradicionais ribeirinhas;
  • Povos e comunidades tradicionais quilombolas;
  • Pessoas de 70 a 74 anos;
  • Pessoas de 65 a 69 anos;
  • Pessoas de 60 a 64 anos;
  • Pessoas que possuam comorbidades;
  • Pessoas com deficiência permanente grave;
  • Pessoas em situação de rua;
  • População privada de liberdade;
  • Funcionários do sistema de privação de liberdade;
  • Trabalhadores da educação do Ensino Básico (creche, pré-escolas, ensino fundamental, ensino médio, profissionalizantes e EJA);
  • Trabalhadores da educação do Ensino Superior;
  • Forças de segurança e salvamento;
  • Forças Armadas;
  • Trabalhadores de transporte coletivo rodoviário de passageiros;
  • Trabalhadores de transporte metroviário e ferroviário;
  • Trabalhadores de transporte aéreo;
  • Trabalhadores de transporte aquaviário;
  • Caminhoneiros;
  • Trabalhadores portuários;
  • Trabalhadores industriais. 

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.