03 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 26/11/2020 às 14:44

TSE destaca “segurança, integridade e transparência” nas eleições com as urnas eletrônicas mas derrotados tentam colocar dúvida no processo

TSE garante integridade da urnas eletrônica
TSE garante integridade da urnas eletrônica

Nos últimos dias grupos em todo o Brasil passaram a questionar as urnas eletrônicas e o resultado das eleições municipais. Para o Tribunal Superior Eleitoral, no entanto, não há com o que se preocupar. Eles garantem: há muita segurança em torno de todo o processo com integridade e transparência no resultado, além da realização de auditorias. “Desde que foi adotada no processo eleitoral brasileiro, em 1996, a urna já contabiliza 13 eleições (entre gerais e municipais) bem sucedidas, incluindo o primeiro turno das Eleições 2020”.

Em um fio no Twitter o Tribunal Superior Eleitoral destacou detalhes do processo em torno da urna eletrônica que vão desde a fabricação dos aparelhos passando por segurança em camadas. No caminho do voto, não há conexões que possam interferir e possibilitar uma possível invasão hacker. 

Fabricação

“A Justiça Eleitoral contrata, por licitação, uma fábrica para produzir os equipamentos, acompanhando o processo e mantendo o controle total do que é feito. Os aparelhos somente são liberados após passarem por uma avaliação de técnicos do TSE”


Segurança em Camadas

“A cadeia de segurança da urna garante que sejam executados apenas os softwares desenvolvidos e assinados digitalmente pelo @TSEjusbr . A proteção é feita em camadas formadas por diversas barreiras, que, em conjunto, não permitem que a urna seja violada”

Sem conexão
Embora seja eletrônica, a urna funciona de forma isolada, ou seja, não dispõe de nenhum mecanismo que permita sua conexão com dispositivos de redes, como internet e bluetooth, e também não é equipada com o hardware necessário para se conectar a uma rede”

Bateria

“A urna eletrônica pode ficar ligada somente na bateria por mais de dez horas, por exemplo, no caso de faltar luz”

Manutenção
“As urnas têm, em média, uma vida útil de dez anos. Durante esse período, passam por vários testes entre as eleições. As baterias são carregadas quadrimestralmente. Os componentes são exercitados para não se desgastarem”

Testes públicos de segurança
São realizados antes de cada pleito – o TSE convoca especialistas p/ tentar quebrar barreiras de segurança das urnas e, em 5 edições, nenhuma tentativa de quebra do sigilo de voto ou de desvirtuamento da destinação dos votos teve êxito”

Cerimônia de assinatura digital e lacração do sistema
Ocorrem seis meses antes das eleições, o software da urna e demais sistemas eleitorais são apresentados aos representantes de partidos políticos, @MPF_PGR , @CFOAB e entidades previstas em Resolução.”

Assinaturas digitais
Para todo o conjunto de software produzido durante a cerimônia de assinatura digital e lacração de sistemas, são geradas assinaturas digitais e resumos digitais.

Caso haja qualquer suspeição quanto à autenticidade do software da urna eletrônica, as assinaturas digitais e os resumos digitais podem ser conferidos e validados por aplicativos ou softwares desenvolvidos pelo TSE e pelas entidades fiscalizadoras”

Exclusividade
A urna eletrônica é exclusiva para votações e funciona somente na hora e na data dos pleitos. Neste ano, em razão da pandemia de Covid-19, a votação começou às 7h, mas, em tempos de normalidade, começa às 8h”

Auditoria
“A Justiça Eleitoral prevê diversos momentos de auditoria para atestar a segurança, a transparência e a lisura da votação, tais como: a auditoria de funcionamento das urnas eletrônicas em condições normais de uso (anteriormente chamada de votação paralela).

E também promove a auditoria de verificação da autenticidade e da integridade dos sistemas instalados nas urnas eletrônicas.”

Grupos de whatsapp organizam manifestações pedindo anulação de eleições e retorno ao voto impresso

Desde que as eleições terminaram, candidatos que perderam nas urnas eletrônicas passaram a questionar o resultado democrático e desde então, já começaram a articular em grupos de WhatsApp a criação de atos clamando pela anulação das eleições e retorno do voto impresso. 

Na segunda-feira (23/11), um movimento de candidatos derrotados foi até a porta da sede da superintendência da Polícia Federal no Setor Pedro Ludovico, em Goiânia. Os motivos alegados pelos manifestantes eram sempre os mesmos: amigos e parentes que disseram que votaram nos postulantes ao cargo, mas a somatória ao final no batia. Eles pediam para que a PF os ajudasse a ir atrás das supostas provas de fraude.

A candidata a vereadora Lidiane Leão (PSL) tentou uma cadeira na Câmara dos Vereadores de Goianira, na região metropolitana de Goiânia. Quando a apuração na cidade terminou, ficou surpresa ao ver que teve apenas 34 votos. “Tem algo errado e as pessoas começaram a me passar whatsapp. ‘Lidiane, eu votei em você…’; ‘Lidiane, eu votei em voce, que que tá acontecendo?’; ‘Lidiane, eu clico seu número lá quando eu vou apertar confirmar, a urna aluna’; eu também quero saber, eu exijo saber o que aconteceu e quero saber porque só os vereadores da chapa do prefeito. Porquê? Eu deixo essa pergunta à você cidadão de Goianira. Porquê? Tem um mistério e nós precisamos que a Polícia Federal desvenda esse mistério”, disse com o microfone em mãos no ato.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.