O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) completou, nesta quarta-feira (30/06), seis meses à frente do Paço Municipal de Goiânia com a Justiça Eleitoral no retrovisor. É que o republicano perdeu o prazo para responder a um processo capitaneado pelo PMN de impugnação da chapa que elegeu Maguito Vilela (MDB).
O presidente do PMN, Paulo Daher explica que a chapa induziu o eleitor ao erro em acreditar que Maguito Vilela tomaria posse em caso da campanha sair vitoriosa. “Eles fizeram com que o eleitor acreditasse que o Maguito estava se recuperando. Dizendo que ele estaria presente no segundo turno, que ele estaria apto a governar Goiânia e que o quadro clínico dele estava melhorando. Isso nunca aconteceu. Nos programas eleitorais, nunca eram apresentados os boletins médicos e sim uma interpretação feita pelo presidente do MDB e do prefeito Rogério Cruz. Ludibriaram o eleitoral. Infelizmente o prefeito Maguito veio a falecer”, explicou ao Diário de Goiás.
Sem resposta do Prefeito, Daher espera que o processo avance na esfera tribunal e um juíz bata o martelo com relação ao pedido da legenda. “Ele não apresenta defesa e ela corre à revelia. Cabe agora ao juiz avaliar aquilo que apresentamos e dar o parecer dele. O Rogério não contestou aquilo que nós apresentamos, não se defendeu”, explica o ex-vereador.
Resposta do republicano
Inicialmente, quando procurado pela reportagem do Diário de Goiás, a assessoria do prefeito Rogério Cruz destacou que o processo corria em segredo de Justiça e o prefeito não havia sido intimado. Ele tomaria as medidas quando o documento chegasse ao seu conhecimento.
Nesta quarta-feira (30/06), no entanto, a oficial de Justiça, Karla Barros Costa negou a nota do republicano e disse que apresentou no dia 10 de junho a ação de impugnação de mandato eletivo que o PMN move. Ela pontua que Cruz “aceitou contrafé que lhe ofereci, sendo que a nota de ciente foi dispensada excepcionalmente, devido o risco de contágio pelo coronavírus”
Mais tarde, novamente procurada pela reportagem do DG, a assessoria do republicano reiterou que o prefeito não estava ciente do processo. Segue abaixo a última nota na íntegra:
Inicialmente, a certidão que a imprensa forneceu com a pretensa citação do prefeito seria, supostamente, do processo que encontra-se em segredo de justiça. Na data de ontem, quando informado também pela imprensa, o advogado do prefeito pediu habilitação nos autos para ter acesso a íntegra, o que até a presente data não ocorreu. Todas as respostas jurídicas serão dadas, a partir do acesso aos autos, com fito de resguardar o princípio da ampla defesa e do contraditório.
Defesa do prefeito Rogério Cruz
Bruno Beleza — OAB/DF 43.186
Domingos Ketelbey
Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.