14 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 09/12/2022 às 15:28

Queda contra a Croácia confirma fragilidade da seleção brasileira contra europeus em fases finais de Copa do Mundo

Neymar, abatido com nova derrota diante de uma seleção europeia. O Brasil caiu diante da Croácia. (Foto: Reprodução/Sportv)
Neymar, abatido com nova derrota diante de uma seleção europeia. O Brasil caiu diante da Croácia. (Foto: Reprodução/Sportv)

A queda nos pênaltis contra a Croácia nas quartas-de-final da Copa do Mundo nesta sexta-feira (09/12) expôs a fragilidade da seleção brasileira contra times europeus no torneio, afinal de contas, desde a final de 2002 contra a Alemanha, o Brasil nunca mais venceu equipes do velho continente em fases finais do principal torneio futebolístico do mundo.

Foi justamente 20 anos atrás, na conquista do pentacampeonato em uma atuação brilhante de Ronaldo Fenômeno que o Brasil faturou não só a vitória, como também o último título da Copa do Mundo de Futebol. 

Comandado por Felipão, a seleção canarinha também não perdoou a Inglaterra em jogo das quartas-de-final, numa vitória de virada por 2 a 1. Como não se lembrar daquele gol meio quase-sem-querer de Ronaldinho Gaúcho?

Na semifinal, despachou a Turquia antes de enfrentar o goleiro Oliver Kahn na final. Pentacampeonato garantido e o médium Chico Xavier se despediu da terra feliz da vida, para a tristeza de uberabenses, espíritas e corinthianos. 

Depois a seleção sempre passou adiante na fase de grupos, mas acabou caindo justamente para europeus em fases finais. Em 2006, venceu o Chile nas oitavas mas caiu para a França nas quartas-de-final, num jogo que marcou a aposentadoria do lateral-esquerdo Roberto Carlos da seleção canarinha.

Em 2010, a seleção teve uma apresentação contundente contra a boa seleção ganesa, mas sofreu um apagão nas quartas-de-final e levou a virada da Holanda de Arjen Robben, Van Persie e Van der Vaart em uma apresentação apática que fez os brasileiros terem pesadelos com Felipe Melo. Mas, como confiar num ataque com Luis Fabiano e Grafite?

Quatro anos depois, o apagão foi ainda mais gritante na queda para a Alemanha, num jogo em que a seleção brasileira não contava com Neymar nem Casimiro mas com o pequeno menino Bernard, Fernandinho e Luiz Gustavo. Antes a seleção despachou Chile – de novo – e Colômbia. Na disputa pelo terceiro lugar, abatido e apático, o Brasil levou nova goleada contra a Holanda. A partir dali, não deveria mais existir fairplay de resultado em Copas do Mundo.

Em solo russo, na edição passada da Copa do Mundo, a memória brasileira anda mais fresca e a equipe já comandada por Tite não passou pela “excelente geração belga” que nesta edição, sequer passou da primeira fase. Novamente, caímos nas quartas-de-final do torneio repetindo os feitos de 2006 e 2010. Sem contar a atual, edição que a seleção acabou de ser eliminada.

Não quero dizer aqui que os europeus são ou estão superiores ao futebol brasileiro. Espanha, Alemanha e a própria Bélgica estão aí para provar o contrário. Sequer chegaram as oitavas-de-final desta edição da Copa do Mundo. Espanha caiu nos penaltis para a competente seleção marroquina, que tentará fazer mais um algoz, desta vez contra a Inglaterra.

De todo o modo, os números estão aí: o Brasil não vence uma seleção européia em fases finais de Copa do Mundo há mais de 20 anos e resta reunir os cacos, juntar as forças, partir para renovação, a CBF definir logo o treinador pois o próximo ciclo está aí. Estados Unidos, Canadá e México nos esperam em 2026 para tentar mudar a sina e quem sabe, 24 anos depois, a seleção brasileira consiga então, a tão sonhada vitória contra um time europeu em fases finais do principal torneio de futebol do mundo.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.