12 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 31/10/2021 às 17:22

Com futuro indefinido, atual sede da Alego pode virar Palácio da Cultura Goiana

Atual sede da Alego pode virar Palácio da Cultura Goiana (Foto: Divulgação/Alego)
Atual sede da Alego pode virar Palácio da Cultura Goiana (Foto: Divulgação/Alego)

O atual prédio da Assembleia Legislativa de Goiânia (Alego) deverá ser devolvido à Prefeitura até o meio do ano que vem, como adiantou em entrevista ao Diário de Goiás, o presidente da Casa, Lissauer Vieira (PSB). A devolução coloca dúvidas sobre o futuro da estrutura. No raio de alguns vereadores da capital, uma possível transferência da Câmara Municipal entra no radar. Moradores do bairro e uma entidade cultural querem dar outra diagramada no local: transformá-lo no Palácio da Cultura do Estado de Goiás.

A ideia ganha corpo por meio do Instituto Rizzo que já iniciou por meio do presidente da entidade, o empresário Leonardo Rizzo as devidas tratativas tanto com o prefeito Rogério Cruz (Republicanos), como também com o atual presidente da Alego, Lissauer Vieira. Em entrevista ao Diário de Goiás, Lissauer diz que acha a ideia interessante, mas quem vai bater o martelo é o republicano. Procurado pela reportagem do DG, Cruz pontua que no momento certo irá abrir diálogo com todos os entes envolvidos.

LEIA TAMBÉM: Nova sede da Alego poderá receber sessões em fevereiro; Futuro do atual prédio está indefinido

“Teremos uma conversa logo após a transferência da Alego em conjunto. Em conjunto com a cultura, com a Câmara, com a Amma, porque ali é um parque. Sabemos disso. É preciso ter uma conversa muito ampla para que possamos decidir juntos”, pontuou. A assessoria da presidência da Câmara, por sua vez, diz que não há nenhuma possibilidade de realização da transferência. 

Em entrevista ao Diário de Goiás, o presidente da Alego confirmou possibilidade do prédio virar Palácio da Cultura (Foto: Leoiran/DG)

Palácio da Cultura transformaria o centro da cidade

A transformação da atual Alego num Palácio da Cultura sacodiria o centro da cidade, que há algum tempo sofre com o abandono de comerciantes que tem perdido atrativos e com uma pandemia amplificando uma crise que já existe ao longo dos últimos anos. A ideia, segundo o diretor executivo do Instituto Rizzo, João Novaes, é criar um circuito cultural a partir do centro cultural. Afinal de contas, estamos falando de uma região rica na paisagem art-deco. Também há, na região central, becos e praças com arte urbana contemporânea. O poder público municipal precisa e deve olhar com mais carinho ali.

“A ideia é que também o Centro da Cultura seja criado um circuito cultural do centro de Goiânia que ajude a revitalizar a região central de Goiânia. Tem uma série de prédios e estrutura como o Palácio Pedro Ludovico Teixeiro, você tem o monumento caleidoscópio do próprio Siron [Franco], na Praça Cívica, a Chefatura de polícia que está acabando de ser reformado, o relógio que acabou de ser reformado. Criar um circuito cultural que as pessoas podem fazer a partir do Palácio da Cultura no centro de Goiânia conhecendo esses diferentes atrativos culturais que exaltam a cidade como capital art déco do Brasil-central”, pontua Novaes em entrevista ao Diário de Goiás.

Mas o que a população encontraria no Palácio da Cultura? “Todas as associações das artes seja música, as plásticas, o audiovisual, tenham ali suas sedes e onde atualmente é o auditório da Assembleia seja destinado para apresentações”, pontua destacando que um Museu seria criado ali. “A ideia é congregar todas as artes ali no Palácio da Cultura e ao mesmo tempo ter um Museu que homenageia pioneiros da nossa capital. Onde as pessoas possam conhecer um pouco da história de Goiânia, quem foi Atílio Corrêa Lima, Venerando Freitas, todas as histórias acessíveis para a população e turistas que visitam a nossa capital conhecer um pouco da nossa história.”  

A obra traria impactos relevantes ao meio-ambiente já que tanto o Museu de Arte Goiana como o Centro Livre de Artes estão instalados no Bosque dos Buritis sem fazer parte original do projeto. “Ambos não faziam parte do projeto do Bosque dos Buritis. São construções até meio irregulares”, ressalta.

Se para a imprensa, o prefeito Rogério Cruz desconversa, Novaes garante que nas conversas que tiveram, o republicano acenou positivamente à ideia. “Ele manifestou o desejo, juntamente com o Zander [secretário de Cultura], de transferir a Secretaria de Cultura para o Palácio da Cultura”, pontua João.

Procurado pela reportagem, Zander confirma o interesse. “Estamos viabilizando toda a categoria para que isso aconteça”.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.