22 de novembro de 2024
Publicado em • atualizado em 13/02/2022 às 19:35

Nova CDTC se reunirá até final de fevereiro para colocar em prática projeto que reestrutura o transporte coletivo

Adriano da Rocha Lima em entrevista ao Diário de Goiás. Na pauta: o transporte coletivo. (Foto: Arquivo DG)
Adriano da Rocha Lima em entrevista ao Diário de Goiás. Na pauta: o transporte coletivo. (Foto: Arquivo DG)

A Câmara Deliberativa de Transportes Coletivos (CDTC), já reformulada, irá se reunir no final deste mês para começar a colocar em prática o formato do novo sistema de transporte coletivo que a Região Metropolitana adotará para os próximos anos. Na pauta do primeiro encontro do colegiado estarão as deliberações sobre tarifa dinâmica, meia-passagem para curtas distâncias e da possibilidade do bilhete único que dá a possibilidade para usuário usar mais de um ônibus num intervalo de tempo, mas as mudanças vão além das políticas tarifárias. “Eu diria que em um intervalo de até dois anos ter o sistema completamente reformulado, com os terminais reformados, a via reorganizada”, comenta o secretário-Geral da Governadoria, Adriano da Rocha Lima, em entrevista ao Diário de Goiás.

Desde a última terça-feira (08/12), as Prefeituras foram oficiadas por Lima para que indiquem seus representantes que irão compor a nova CDTC. De acordo com a lei, a partir de agora, o colegiado será composto por dez membros: quatro são indicados pelo Estado, outros quatro por Goiânia, um por Aparecida e outro por Senador Canedo. As outras cidades que compõe a RMG abriram mão de sua participação para serem representadas pelo Estado. Agora, a previsão é que o colegiado se reúna ainda este mês. “Acredito que no máximo dentro dos próximos quinze dias. Depende da resposta dos indicados, mas acredito que a primeira reunião aconteça ainda no mês de fevereiro”, prevê Lima.

Na avaliação de Lima, é justamente a reformulação da CDTC um dos pontos mais importantes antes que todo o transporte coletivo seja reestruturado ao longo dos próximos anos. “A mais urgente de todas é a reformulação da CDTC. A recriação e o renascimento da CDTC como órgão máximo que delibera e a CMTC executa. Até esse papel agora está muito mais definido, o que cada um tem como responsabilidade”, explica. Se esse não é um elemento que o usuário sente diariamente, passa pela CDTC uma das questões que mais impacta a vida do passageiro: a definição das políticas tarifárias. E é esse o próximo ponto que o colegiado vai atacar. 

“[A CDTC] vai determinar que seja feito o cálculo da tarifa de remuneração e do valor da passagem”, explica Adriano garantindo que para este ano não está na pauta do colegiado o aumento da tarifa. “O Estado e do município de Goiânia já definiram em conjunto e como são maioria e certamente não será diferente disso, não será repassado nenhum reajuste de passagem para o usuário que será mantido a R$ 4,30”, pondera. Mas há outras novidades. “Tarifa flexível, outras sugestões podem surgir e ser apreciadas. Bilhete único, por exemplo, como uma possibilidade ao usuário pegar mais de um ônibus num intervalo de tempo, por exemplo, duas horas. Mas isso ainda será definido”, explica o secretário.

Prioridade para melhorar o sistema de transporte coletivo

Adriano pontua que tudo tem sido no sentido de melhorar o sistema de transporte coletivo. O edital do novo ônibus elétrico que circulará no Eixo Anhanguera está prestes a ser lançado, o que motivará até mesmo outras concessionárias a renovarem suas respectivas frotas.  “A melhoria do sistema é a prioridade número um. Estamos lançando um ônibus elétrico, já lançamos o protótipo, daqui algumas semanas, sairá o edital para que as propostas finais sejam apresentadas e que ainda este ano a gente tenha os primeiros ônibus definitivos chegando para substituir toda a frota da Metrobus e em paralelo, às outras concessionárias deverão seguir a substituição da sua frota”, explica.

O processo de licitação está em fase adiantada para que dentro dos próximos dois meses, o certame já tenha sido concluído e no começo do segundo semestre, o novo veículo já esteja em operação na via do Eixo Anhanguera e suas extensões. “Nós solicitamos que os ônibus começassem a chegar no meio do ano. A ideia é que logo no começo de junho, comece a chegar os primeiros ônibus e depois devem chegar ônibus mês-a-mês e até meados do ano que vem a gente tenha 100% da frota substituída, em um intervalo de dez a doze meses, chegando ônibus mês-a-mês até substituímos toda a frota”, avalia Adriano. 

Lima avalia que todo o transporte coletivo poderá ser reorganizado ao longo dos próximos 24 meses. “Eu diria que em um intervalo de até dois anos ter o sistema completamente reformulado, com os terminais reformados, a via reorganizada. É um processo que se tomou a frente agora e vamos até às últimas consequências para que tudo isso termine lá na frente e tenha um desfecho satisfatório para a Região Metropolitana de Goiânia”, completa.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.