A morte de Iris Rezende confirmada na madrugada nesta terça-feira (09/11) não é o anúncio da partida de um grande político que ocupou cargos públicos importantes em Goiás e no Brasil, mas para além disso é o adeus ao seu criador e a pessoa mais importante para capital goianiense após o seu fundador, Pedro Ludovico Teixeira.
Se Pedro Ludovico mexeu na dinâmica do estado promovendo a transferência da capital para Goiânia, Iris Rezende se deu ao trabalho de impulsionar as obras cidade adentro. É impossível não ver o dedo e as ideias do emedebista transformadas em obras nos quatro cantos do município.
Apenas considerando o último terço de seu mandato, Iris lançou recapeamento asfáltico, inaugurou Unidades de Pronto Atendimento, CMEIs. Na última semana conduzindo o Paço Municipal, inaugurou a Casa de Vidro, centro cultural do município, que estava com obras paralisadas há mais de seis anos. Entre os principais lançamentos estavam o viaduto sobre a Avenida Jamel Cecílio, o Hospital e Maternidade Célia Câmara, a Upa no Jardim América e o viaduto da Avenida Jamel Cecílio.
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Diga-se de passagem, viaduto e asfalto, são marcas de Iris Rezende. Por onde passou, asfaltou e onde pôde construir algum elevado para melhorar a mobilidade, o fez. Na Avenida 85, construiu dois: os tradicionais e jocosamente chamados de “chifres do Iris” melhoraram a mobilidade na região e tornaram-se cartões postais da capital. É impossível não ver ali, a marca de Iris Rezende.
Iris Rezende também fez a alegria de gerações de crianças e adolescentes quando lançou em 1969, o Parque Mutirama. Um dos símbolos do centro da cidade, o Parque promove diversão a preços acessíveis à famílias de todo o Brasil. Quando este jovem escritor que vos escreve recebia os primos oriundos de Minas Gerais o primeiro ato dessas crianças sedentas por diversão era ir direto ao Mutirama. É impossível passar por lá e não ver Iris Rezende.
Iris Rezende descansa, aos 87 anos, viveu e trabalhou por Goiás. Deu seu último suspiro nesta terça-feira (09), mas continua a existir e ser lembrado na capital. Seja numa praça, num parque, numa grande obra, num viaduto ou monumento. Nas escolas que ajudou a inaugurar e nas Unidades de Pronto Atendimento. Seu legado estrutural está ai: Goiânia respira Iris Rezende.
Minha curta e jovem vida, não me permitiu ver grandes nomes da política brasileira como Juscelino Kubitschek, Getúlio Vargas ou Tancredo Neves, apenas para citar alguns. Por outro lado, pude conhecer e ver o legado de Iris Rezende sendo construído.
Domingos Ketelbey
Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.