O conflito entre a Palestina e Israel, acentuado desde a semana passada, é só um dos episódios de uma história que dura séculos e remete a períodos pré-cristãos. Para ajudar a compreender melhor toda a situação, o professor de História e Geopolítica, Norberto Salomão participou do DG Entrevista e tentou elucidar algumas questões envolvendo todas as brigas e conflitos.
Norberto explica em duas partes como o nascimento do conflito e sua perspectiva futura. Na primeira etapa da entrevista, ele contextualiza historicamente. Na segunda, ele pontua e faz uma análise do que poderá acontecer num futuro próximo. “A eclosão desses conflitos dessa última semana que deve seguir à frente. Estamos num quadro claro de guerra civil, a gente tá tendo um deslocamento grande de pessoas, o número de mortes só aumenta. Israel está vivendo sua quarta eleição em dois anos. Israel não consegue formar maioria no parlamento para escolha de um governo. E agora, novamente, nós tivemos eleição há coisa de um mês atrás. O partido Benjamin Netanyahu conseguiu maioria, mas não conseguiu número suficiente para compor o governo. O parlamento israelense são 120 cadeiras. Você precisa de 61 para fazer o governo”, avalia.
Como Netanyahu não consegue formar um novo governo e compor o parlamento, seu cargo ficaria num primeiro momento ameaçado. Mas os conflitos que degringolam desde a semana passada, aparecem como um fator favorável para o primeiro-ministro. “Esses conflitos têm algo positivo politicamente para o Netanyahu, porque ele ainda é o primeiro ministro. E os setores mais conservadores começam a apostar fichas na ação do Netanyahu de combater com eficácia a ação do Hamas e com isso, ele talvez sobreviva politicamente e consiga inclusive maioria no Knesset. Em quanto tempo não dá para saber, mas Israel praticamente caminharia para uma quinta eleição em dois anos.”
Apesar disso, Salomão destaca que a tendência para o futuro é de equlíbrio. “Esse conflito tenderá a ter o seu pico e logo ele vai se equilibrar como sempre foi na região porque tem interferência internacional. Tem interferência da ONU, da OTAN, do Biden. Eles vão tentar apaziguar um pouco. Tudo indica num primeiro momento que o Benjamin Netanyahu vai sobreviver politicamente. Pelo menos por algum tempo”, conclui.