Os decretos de isolamento social e o período de pandemia promoveram mudanças comportamentais que prometem ser promover um quid pro quó danado no planejamento das campanhas à prefeito e vereadores de Goiânia. É o que aponta a pesquisa divulgada no início da tarde desta quarta-feira (07/10) pelo Instituto Grupom. 44,5% dos entrevistados na capital goianiense pretendem não sair de casa para votar no dia 15 de novembro.
Levando em conta todo o território goiano, os entrevistados não levam apenas em conta as consequências da pandemia para declinar sair de casa para ir votar. A insatisfação política também é identificada. 23% dos eleitores responderam simplesmente que não gostam de política. 15,7% por não gostarem dos candidatos de suas respectivas cidades.
Diretor do Instituto responsável pela pesquisa, Mário Rodrigues Filho ressalta que um dos objetivos da pesquisa foi este: alertar candidatos que há um trabalho a ser feito para tentar convencer o eleitor à sair de sua casa e ir votar. “Tem um índice alto de pessoas indicando que não votariam. […] Estamos há menos de 40 dias em cima das eleições e isso será um trabalho árduo trazer a população para votar. Esperamos que diminua bastante. Esse é um dos motivos que nós chamamos a atenção para esse trabalho para fazer com que haja uma redução do número de pessoas que não querem ir votar”, pontuou Mário Rodrigues Filho, CEO do instituto.
A pesquisa indica que os vereadores deveriam ficar atentos ao cenário e canalizar ainda mais seu eleitorado. Se a porcentagem, pelo menos em Goiânia, se manter dentro dos 44% as legendas apresentaram dificuldades para eleger seus vereadores. “A votação proporcional principalmente para vereadores. As pessoas resolvem deixar para a última semana quem dos amigos ele vai votar. E ele fica na dúvida até a última semana no momento da eleição para fazer o voto. As vezes ele conhece três, quatro mas ele vai escolher só um. Esse é o perigo da história”, aponta filho. No final das contas, pode ser que ele não escolha nenhum e fique em sua casa. “Vale destacar que é um número que indica aqueles que não pretendem votar. Não significa que eles não irão votar”, sentencia.
Cenários interessantes
O Grupom não avaliou apenas Goiânia. Quando o alcance da pesquisa é todo o Estado, 68,9% dos entrevistados estão dispostos a votar. 40,2% destes, disseram que o motivo pelo qual farão, é o desejo de mudança. 40,7% responderam que “é dever de todos ir votar”.
Anápolis é uma dessas cidades que 82,4% irão sair de casa para fazer valer seu voto no dia 15 de novembro. 17,6% já não estão tão interessados. É um dos cenários mais otimistas no que diz respeito ao voto ativo do eleitor. “[Anápolis] tem uma característica bem específica. A disputa ficou bem polarizada entre Roberto Naves (PP) e Antônio Gomide (PT). Então a população vai votar. Ela está considerando que tem de votar. Lá o povo está com uma intenção bastante firme no voto”, explicou Mário.
O cenário em Porangatu já vai a na contra-mão. O índice de pessoas que não querem ir votar é muito alto: 58,2% não pretendem sair de suas casa. 41,8% já está interessada no voto. “É uma situação engraçada. Um índice muito alto de pessoas declarando que não votaria. E temos que ouvir e ouvindo elas os candidatos terão de fazer o esforço muito grande para fazer o público ir lá votar”, numa cidade em que há quatro candidatos.
Outros dados
85,5% dos entrevistados que estão em Uruaçu pretendem ir votar. Apenas 14,5% disseram que não pretendem votar.
Aparecida de Goiânia tem 53,4% dos entrevistados interessados em votar. 46,6% não pretendem.
18,5% dos entrevistados estão insatisfeitos com a vida que estão vivendo atualmente. 32,8% estão satisfeitos.
51,4% dos entrevistados são mulheres. 46,6% foram homens.
73,5% dos homens entrevistados pretendem votar. 65,7% das mulheres, pretendem votar.
Foram entrevistados 3091 pessoas entre setembro e outubro de 2020.