Já não bastasse a defesa intransigente de um tratamento sem eficácia comprovada, além de não concordar com medidas de distanciamento social, o presidente da República Jair Bolsonaro quer que o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga apresente uma data para que o uso de máscaras como proteção à covid-19 deixe de ser obrigatório no país.
A declaração aconteceu nesta segunda-feira (24/08) em uma rádio do interior de São Paulo. “Eu pedi um estudo para o Ministério da Saúde e hoje [ontem] eu vou me reunir com o Queiroga para nós darmos uma solução para esse caso. A ideia é o seguinte: pela quantidade de vacinados, pelo número de pessoas que contraiu o vírus, nós tornarmos facultativo, orientarmos que o uso da máscara não precisa ser mais obrigatório”, destacou.
Mesmo com a vacinação caminhando no Brasil, a fala contraria autoridades científicas haja vista o levante das variantes Gamma (que apresenta a mutação Plus) e Delta, apesar de não surpreender: Bolsonaro nunca fez questão de disfarçar seu descontentamento e desprezo para a proteção.
‘O vírus veio para ficar’
Não se pode baixar a guarda no que diz respeito à proteção e prevenção da Covid-19. Especialistas indicam que mesmo imunizado, ainda existe o risco de transmissão, ainda mais no cenário que a variante Delta começa a crescer. Em entrevista ao Diário de Goiás concedida na última sexta-feira (20/08) o médico infectologista pontuou sobre o cenário. “Vamos ter que conviver com a doença”, destacou.
Não que as vacinas não sejam eficazes. Muito longe de dizer isso. O Brasil e o mundo superarão a pandemia, mas o vírus continuará aí e a vacinação fará com que o número de óbitos seja reduzido, como já mostrou por meio de estatísticas.
”Nós vamos sair da pandemia. O vírus depois de um tempo, a gente aprende a lidar com ele, e o vírus também aprende a escapar um pouco do sistema de defesa, mas ele passa a não ser tão danoso assim. A gente vai precisar aprender a conviver com a doença, provavelmente teremos uma doença matando menos pessoas por conta da vacinação. Mas o vírus veio para ficar”, explica o médico.
“Conviver com a doença”, frisa-se: vacinação, uso de máscaras, higienização com álcool 70 e distanciamento social.