O governador Ronaldo Caiado (União Brasil) voltou a direcionar críticas à permissão de presos terem acesso a visitas íntimas em presídios de Goiás. O comentário foi feito no episódio de estréia de seu podcast “Bom dia, minha gente” nesta quarta-feira (22/03) e estará disponível nas plataformas digitais.
Caiado começou o programa desferindo críticas indiretas às gestões anteriores, chegando a dizer que Goiás era a “disneylândia dos bandidos”. “As associações criminosas comandavam as áreas de várias cidades do estado de Goiás”, pontuou, antes de desferir sua máxima populista: “Em Goiás, ou o bandido mudava de profissão ou mudava do estado”.
“Investimos quase cem milhões de reais na política carcerária de Goiás reformando e construindo novos presídios”, relembrou. “Daí, minha preocupação com a decisão de liberar visitas íntimas nos presídios”.
O governador voltou a dizer que as visitas íntimas poderiam colocar em risco todo o sistema carcerário ao dizer que elas servem “para entrada do que não presta nas cadeias” como “ordens para crimes e assassinatos”.
“Estamos garantindo dignidade aos presos e aos familiares que vão visitá-los, mas permitir a regalia de visitas íntimas de forma indiscriminada é colocar em risco o que conquistamos.”
Não foi a primeira vez que Caiado fez críticas à decisão do Tribunal de Justiça que permitiu visitas íntimas em presídios de Goiás, no fim de fevereiro. No dia seguinte à publicação da liminar, o governador convocou entrevista coletiva e disparou: “Agora, eu tenho que deixar de fazer vaga para criminoso para fazer quarto de motel para visita íntima?”
Cinco dias depois, dia 27 de fevereiro, Caiado foi à rede nacional comentar o assunto em entrevista transmitida pela CNN e voltou a defender que as visitas eram regalias e não direito e sustentou que a medida traria dificuldades a Policiais Penais e outras autoridades que trabalham no sistema carcerário.
Domingos Ketelbey
Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.