05 de setembro de 2024
Publicado em • atualizado em 14/04/2021 às 17:53

Após outdoor que chamava Bolsonaro de genocida ser destruído, estudantes montam outros 13

Outdoor em frente ao Joquéi Clube (Foto: UEE Goiás)
Outdoor em frente ao Joquéi Clube (Foto: UEE Goiás)

Menos de um mês após um outdoor que chamava o presidente da República, Jair Bolsonaro de genocida ser destruído, o movimento responsável pelo ato, a União Estadual dos Estudantes de Goiás (UEE-GO) respondeu montando outras treze peças em vários pontos da cidade. Em entrevista ao Diário de Goiás, nesta quarta-feira (14/04) a presidente da entidade, Thais Falone ressaltou que existe o receio de novos atos vândalos, “mas nada disso vai apagar as mais de 300 mil mortes em que Bolsonaro é o culpado”.

As peças foram financiadas por meio de uma vaquinha promovida pela entidade. De acordo com Falone foram adquiridos mais de 10 mil reais ao longo dos últimos 25 dias o que possibilitou o custeio do ato. “Os pontos foram escolhidos de forma estratégica em locais movimentados, de grande fluxo de carros e de pessoas”, enfatizou

Apesar do número simbólico, Thais faz questão de dizer que não há referência ao PT. “Foi a quantidade que deu para fazer com a vaquinha que realizamos”, explicou.

Foram montados outdoors na Avenida Milão, dois na Avenida Ipanema, Avenida Madrid, Avenida Mato Grosso no Setor Perim, Avenida 115 no Setor Sul, Avenida 136 no Setor Marista, dois pontos na BR153, Avenida Anhanguera, Avenida Guarapari no Jardim Atlântico, Avenida T4.

Assédio na política

Ao anunciar os novos manifestos nas redes sociais, Thais também contou sobre assédios que viveu quando o primeiro outdoor foi destruído. “Precisei ouvir que eu era bonita demais para ficar discutindo política. ‘Isso é perca de tempo, menina. Em Goiás ninguém quer saber de ficar discutindo com Bolsonaro não” disseram”, postou.

Ao Diário de Goiás, Falone pondera que é uma situação comum para “mulheres que querem estar e fazer política”. “Foi mais um assédio que mulheres que querem estar e fazer política passam. Mais um que acredita que a mulher deve estar em casa lavando e cozinhando.”

Nas redes sociais, ela dá o recado. “Para o senhor que disse que eu era “bonita demais para mexer com isso”, eu convido ele e todo mundo, para ser humano demais para deixar escapar ileso um homem que é co-responsável por mais de 300 mil mortes.”

Bolsonaro coloca em dúvida mortes por Covid-19

Na manhã desta quarta-feira (14/04), o presidente da República Jair Bolsonaro voltou a normalizar as mortes em torno da Covid-19. Na conversa com apoiadores no Palácio da Alvorada, em Brasília, o chefe do executivo disse que determinou que o Ministério da Saúde levantasse o número de óbitos ao longo dos últimos cinco anos de “certas doenças”. “Problema de coração parece que acabou no Brasil. Tudo é covid-19…”.

“Eu mandei o Ministério da Saúde, determinei para levantar o número de óbitos dos últimos cinco anos de certas doenças. Tem doenças que simplesmente o vírus acabou. Várias… Problema de coração parece que acabou no Brasil. Morre pouca gente. Morre de doença respiratória, pouca gente também. Tudo é covid-19… Lamentamos, morre gente, lamentamos quem perdeu a vida. Tem muita gente, amigos meus que tão em situação complicada e hospitalizados, sabemos disso, mas temos que enfrentar esse problema. A vida toda vai existir esse vírus, infelizmente”, destacou.

Ontem (13/04), de acordo com números do Consórcio de Imprensa que coleta os números de casos confirmados e óbitos baseados nas Secretarias de Estado de Saúde. O país contabilizava 13.601.566 casos e 358.718 óbitos acumulados por Covid-19 desde o início da pandemia. Foi o quarto dia com a média móvel de óbitos acima de 3 mil, algo que ainda não havia sido registrado.

Domingos Ketelbey

Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.