A gasolina vai ficar mais cara. Com o novo aumento anunciado pela Petrobras nesta quarta-feira (11/08), o reajuste acumulado desde o começo do ano é de aproximadamente 51%, e as perspectivas para o futuro não são nada boas. Primeiro, a tendência é de que o preço do petróleo também suba. Segundo, o período pré-eleitoral e de consequente instabilidade promove tensão no mercado e por consequência, o aumento do dólar. “A gente fica apreensivo com essas possibilidades. Tá difícil de prever e dar notícias boas para os cidadãos”, crava o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo no Estado de Goiás (Sindiposto-GO), Márcio Andrade ao Diário de Goiás.
Andrade explica que ainda não dá para mensurar como será o reajuste na bomba nos postos de combustíveis em Goiás. Ainda será necessário ver como cada estabelecimento vai reagir. “Esse é um valor que a refinaria vende para a distribuidora. Só depois que os postos receberem esse novo valor é que individualmente, cada empresário vai definir o preço, se repassa ou não [o valor para o motorista]”.
Com uma das médias nos preços da gasolina mais alta do país com valores que chegam a R$ 6,69 a preocupação de muitos motoristas é quanto vão pagar pelo litro da gasolina nos próximos dias. Questionado se pode chegar aos sete reais, Andrade que evita fazer projeções em torno do assunto, acredita que não. “Eu acho que ainda está um pouco distante. Eu acho que a gente torce para que não chegue porque já está insustentável para o comércio de postos trabalhar com os patamares que estão sendo postos”, pontua.
Andrade explica que o clima é de insegurança para os proprietários dos postos que conseguem lucro por meio do giro e não por conta do alto valor cobrado. “O próprio revendedor também não está gostando de trabalhar com esses patamares que exige mais capital de giro, exige busca por outros recursos na falta do capital de giro e tem que buscar recursos no mercado. Nos bancos as taxas de juros estão só aumentando. Fica caro para viabilizar a manutenção do negócio”, avalia.
Reajuste anunciado
O litro de gasolina vendido pela Petrobras nas refinarias às distribuidoras terá aumento médio de R$ 0,09 a partir de quinta-feira (12/08). “A partir de amanhã, acompanhando a elevação nos patamares internacionais de preços, e de forma a garantir que o mercado siga sendo suprido sem riscos de desabastecimento, o preço médio de venda de gasolina da Petrobras para as distribuidoras passará a ser de R$ 2,78 por litro, refletindo reajuste médio de R$ 0,09 por litro”, destacou a estatal, em nota.
O valor final para os motoristas dependerá de cada posto de combustíveis e também dos impostos e custos operacionais nos diferentes estados.
“A contribuição do preço da Petrobras para o preço na bomba passará a ser de R$ 2,03 por litro em média, referente à mistura obrigatória de 73% de gasolina A e 27% de etanol anidro. Até chegar ao consumidor são acrescidos tributos federais e estaduais, custos para aquisição e mistura obrigatória de etanol anidro, além dos custos e margens das companhias distribuidoras e dos revendedores”, explicou a companhia.
Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), na semana de 1º a 7 de agosto, o preço médio da gasolina comum no país, ao consumidor final, estava em R$ 5,853.
Domingos Ketelbey
Jornalista e editor do Diário de Goiás. Escreve sobre tudo e também sobre mobilidade urbana, cultura e política. Apaixonado por jornalismo literário, cafés e conversas de botequim.