Com sangue novo no Partido dos Trabalhadores, a deputada estadual Adriana Accorsi (PT-GO) comemorou a filiação do ex-candidato a prefeito pela UP, Fábio Júnior e do estudante de agronomia, motorista de aplicativo e agora influenciador digital, Augusto César – também conhecido como Augusto Paiero. O objetivo: dar gás ao partido em Goiás para lutar contra o presidente da República Jair Bolsonaro e fortalecer a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Palácio da Alvorada.
“São muito bem vindos. Para nós é muito importante, é um quadro muito qualificado da política. Ficamos muito felizes com a presença do Fábio e os demais companheiros que vem somar. Nos sentimos fortalecidos. Principalmente neste momento de grande esperança e de ano que vem reelegermos o ex-presidente Lula como presidente mais uma vez”, destacou em entrevista ao Diário de Goiás. “Nós estamos muito felizes, todos ficamos. Estão sendo recebidos de braços abertos. Fábio conhece Goiânia e a política. A gente recebe ele com alegria que vem fortalecer nosso partido neste momento”, ponderou Adriana.
Conservadorismo em Goiás, recepção de Lula e derrocada do Bolsonarismo
Animada com o favoritismo do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva frente às pesquisas divulgadas até aqui, Adriana não crê que o petista tenha dificuldades em se colocar em um palanque em terras goianas, mesmo em um estado bastante conservador e que até ontem, tinha o bolsonarismo entranhado na população.
“O ex-presidente Lula já foi recebido aqui muitas vezes e muito bem. Inclusive nas eleições em que meu pai foi eleito prefeito em 1992 e inúmeras outras. Ele sempre foi bem recebido aqui. Como presidente trouxe muitos benefícios para Goiás. Mesmo prefeitos e governadores não sendo do mesmo partido, eu sei que porque acompanhei isso de perto, inclusive como delegada e chefe da Polícia Civil. Goiás foi muito beneficiado nos governos dos Partidos dos Trabalhadores”, rememora a parlamentar.
Para a deputada, a história de Lula frente a presidência da República somado ao desgaste de Jair Bolsonaro no Brasil e no estado podem ser fatores favoráveis a um ambiente de recepção ao ex-presidente. “O bolsonarismo é a força mais em queda no Brasil, inclusive em Goiás, onde ele já foi muito forte e não é mais. As pesquisas tem demonstrado ai uma queda imensa e fervorosa do apoio à ele e Goiás é um dos que mais caiu. Nós temos a possibilidade de ter uma votação excelente aqui para o presidente Lula”, ponderou.
Ameaças demonstram desespero bolsonarista
Desde que foi candidata a prefeitura de Goiânia, a deputada Adriana Accorsi sofreu duas ameaças diretas e que foram publicizadas. A primeira, ainda com o período eleitoral quente, foi pelas redes sociais. Por meio do Instagram, ela recebeu dois directs ameaçadores. “Não existe policial esquerdista, pq (sic) defende bandido tem que morrer” dizia a primeira mensagem. Na sequência o autor da ameaça continua: “Eu sei que você não tem treinamento tático e sua família é fácil ser encontrada”. Uma outra concluía: “Já comprou o caixão?”
Há pouco mais de um mês, em junho, ouviu de um homem dentro de um carro palavreados nada decorosos. “Hoje estava aguardando o sinaleiro da 5 avenida abrir quando este homem parou ao lado do meu carro e extremamente alterado e agressivo proferiu xingamentos a minha pessoa na presença da minha filha que ficou muito abalada! Me xingou de VAGABUNDA e disse que meu pai era um bom homem mas eu sou VAGABUNDA que NÃO PRESTO e NÃO VALHO NADA!”, relatou nas redes sociais.
Para Adriana, essas ações demonstram o desespero de “pessoas remanescentes desse pensamento da política do ódio”. “É essa forma de fazer política deles é assim: é ódio, xingamento, ameaça e morte. Se eu paro ao lado que tem um adesivo do Bolsonaro a minha reação é, nenhuma. A pessoa tem todo o direito de andar o adesivo que ela quiser”, explica. Ela prevê uma eleição em 2022 com ânimos ‘acirrados’. “A medida que eles veem que estão perdendo força política no Brasil, mais desesperado eles ficam e mais agressivos também. Eu vejo que a política até ano que vem, caminha infelizmente para ser muito acirrada”, pondera.
Mas nas urnas, ela também prevê um caminho semelhante ao dos Estados Unidos, que tiraram o ex-presidente republicano Donald Trump da Casa Branca após um mandato. O empresário multibilionário tem uma política e personalidade que Bolsonaro gosta de imitar no Brasil. “É essa política do ódio e da intolerância que temos de varrer do país como a sujeira que ela é, assim como os Estados Unidos fez e muitos outros países estão fazendo. Porque é a política fascista, do ódio e da morte que não aceitam ser contestados e por isso eles são agressivos”, concluí.