O prefeito Rogério Cruz (Republicanos) considera que a malha asfáltica do Eixo Anhanguera como um dos principais problemas que a prefeitura tem para solucionar nos próximos dois anos da sua gestão. O primeiro passo foi dado. A prefeitura assumiu as obras para a readequação da malha asfáltica, no último dia 9, que foi a última grande atualização do Paço. Apesar do movimento, ao Diário de Goiás o prefeito afirmou que sua intenção era fazer um novo trecho do BRT na Avenida Anhanguera, com um piso mais adequado para receber veículos pesados.
As obras da malha asfáltica do Eixo Anhanguera foram assumidas pela Prefeitura após um longo impasse que foi resolvido pela antiga Gestão, que contestava que o Eixo era obrigação do Estado, mas que não logrou êxito, porque se trata de uma concessão de uso da Prefeitura para o Estado. A solução foi o acordo entre a Prefeitura e a Metrobus para que a gestão assumisse a pavimentação de todo o trecho por onde passam os veículos da linha do Eixo Anhanguera. As obras devem ultrapassar os R$ 100 milhões.
“O eixo está cedido ao estado para o uso da Metrobus. Mas eu acho que deveria ter um acordo há algum tempo atrás. Não sou engenheiro de tráfego, mas acho que já que criaram o BRT norte-sul de Goiânia, o próprio eixo anhanguera poderia ser um outro BRT, uma nova linha. Mas agora nós temos essa programação para cumprir e temos que cumprir. Mas, se tivesse oportunidade, eu faria uma nova linha de BRT no lugar do Eixo Anhanguera”, defende.
Esse, segundo o prefeito, é um passo que o município já dará para revitalizar toda a via em si e que será concluído até agosto de 2024. É um processo que passou pela revisão do Plano Diretor, do Código Tributário Municipal (CTM), da nova formatação do centro de Goiânia e da revitalização da Região, que terá um processo de requalificação amplo.
“No Eixo Anhanguera, um dos nossos desejos é de fazer essa requalificação, não apenas para a linha do ônibus, mas uma revitalização da via em si. Por isso teremos incentivos para o centro da cidade, para quem mora no centro da cidade, para quem vai construir novas moradias no centro e para quem vai comprar as novas moradias no centro da cidade”, explica o prefeito.
À reestruturação serão somados os atrativos que CTM e Plano Diretor dão à Região Central. O prefeito acredita que trará uma nova condição para a cidade, para a Avenida Anhanguera e para o Centro, onde já há um processo de revitalização que passará a contar com ônibus elétricos e já contará com a nova malha asfáltica.
“Vamos preparar a via para receber os veículos e daí para frente seguir o trâmite de uma revitalização geral no Eixo, do Padre Pelágio até o Terminal Novo Mundo. Tendo feito a via para o transporte público já melhora muito, a qualidade do transporte vai melhorar, os ônibus não vão estar por aí sendo maltratados, porque o asfalto realmente está ruim”, avalia.
Há recursos para fazer as obras?
Com um empréstimo de R$ 1 bilhão em negociação e uma série de ações pela capital, o prefeito não descarta usar parte dos recursos na revitalização da via, para que exista uma condição mínima de uso. A ambição de Rogério Cruz é utilizar um piso como o do BRT, que já está praticamente pronto, mas que é um processo bem mais longo.
“Se o recurso chegar em tempo, nós podemos sim usar porque o recurso nessa questão é para a mobilidade e mobilidade inclui vias públicas, em vias. É recurso, projeto, planejamento. O recurso, projeto e planejamento do BRT é do Governo Federal, mas se eu tivesse a condição, eu faria”, comenta.
“Estamos avaliando isso? Estamos avaliando. Não compete apenas nós avaliarmos. Isso é um trâmite conjunto com o Governo Estadual, todo mundo junto, a comunidade, com a Rede Mobi, CMTC, tudo isso aí. Mas, de imediato, o que nós temos agora, que dá para fazer é o Eixo, a parte central da Anhanguera, que é o transporte público, onde faz a rodagem dos ônibus. Por isso que nós já temos o projeto para iniciar em junho e terminar em novembro. Temos as etapas que estão sendo separadas para ver como será melhor de não atrapalhar o transporte no Eixo Anhanguera”, explica.
Valorização da Art Déco
Esse processo é longo, segundo Rogério. Envolve uma revitalização completa das fachadas do centro e também da valorização do estilo Art Déco, que pode levar Goiânia para o topo do reconhecimento do estilo arquitetônico. O passo também foi dado junto ao superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em Goiás, Alysson Cabral, para que sejam catalogadas e identificadas novas fachadas que estão ofuscadas por paineis e logotipos.
“Descobrimos novas fachadas que não estavam inscritas no Iphan e que estão no Região. Isso pode nos dar, inclusive, condições de não sermos apenas a segunda cidade de Art Déco do mundo, podemos ser a primeira. Só que para tal precisamos trabalhar, fazer uma revitalização completa, chamando os empresários, chamando os comerciantes para perto, para poder termos essas conversas”, avalia o prefeito.
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