09 de agosto de 2024
Saúde

Sem vacina da dengue suficiente pelo SUS, laboratórios tem alta demanda; saiba preços

Em Goiânia os valores variam de R$ 250 a R$ 480 por dose; o imunizante é composto por duas, aplicadas com intervalo de 3 meses
Ministério da Saúde vai priorizar imunização de crianças e jovens de 6 a 16 anos, mas também ainda não tem vacina suficiente para estes grupos. (Foto: Rogério Vidmantas)
Ministério da Saúde vai priorizar imunização de crianças e jovens de 6 a 16 anos, mas também ainda não tem vacina suficiente para estes grupos. (Foto: Rogério Vidmantas)

Com a demora do governo em oferecer a vacina da dengue pelo SUS e com aumento no registro de mortes pela doença, os laboratórios privados têm visto sua demanda em busca do imunizante aumentar. Na segunda semana do ano, por exemplo, a procura pela vacina nas unidades do Laboratório Padrão, localizadas na região metropolitana de Goiânia, dobrou em relação a primeira semana de 2024.

O que têm se repetido conforme funcionários de outros laboratórios revelaram ao Diário de Goiás, que, por sua vez, pesquisou os preços cobrados na capital em diferentes clínicas. Das empresas que responderam à reportagem, foi possível perceber que os valores variam de R$ 250 a R$ 480 por dose da Qdenga, considerando que o imunizante é composto por duas, aplicadas com intervalo de 3 meses. Confira abaixo.

Laboratório Padrão – De acordo com a loja virtual, uma dose custa R$ 440,80. Duas doses: R$ 881,60.

Clínica CEDIPI – R$ 450,00 para pagamento nos cartões de crédito e débito (R$ 900 pelas duas). Ou R$ 427,50 para pagamento no dinheiro ou PIX (R$ 855 pelas duas).

Unimed – O site da Unimed afirma que o preço da vacina da dengue, sem ser a Qdenga, está a R$ 250 para quem é cliente e R$ 285 para outras pessoas. Já a Qdenga custa R$ 400 para clientes e R$ 430 no particular.

Imune Vida – Está cobrando R$ 455 no cartão e R$ 395,00 no dinheiro.

Clínica Santa Clara – Está sendo cobrado R$ 480,00 se for parcelado ou $450,00 no valor a vista.

Vale lembrar que, pela rede pública de saúde, o Brasil atualmente tem acesso a cerca de 6 milhões de vacinas por enquanto e não cobre o grupo prioritário, que inclui crianças e jovens de 6 a 16 anos, cerca de 30 milhões hoje no país.

Sobre a vacina da dengue

A vantagem do novo imunizante é que ele pode chegar a um número maior de pessoas. A QDenga® é para crianças a partir de 4 anos de idade, adolescentes e adultos até 60 anos, tanto soronegativos como soropositivos para dengue. Aliás, é a primeira e única vacina até então autorizada no país, a Denguevaxia, do laboratório Sanofi Pasteur, era recomendada somente para quem já contraiu algum sorotipo da doença, protegendo contra uma possível segunda infecção.

A dengue é uma doença infecciosa transmitida pela picada do mosquito Aedes Aegypti. O médico José Geraldo Ribeiro, epidemiologista do laboratório explica que a doença é causada por quatro sorotipos de vírus – até então identificados no Brasil, que causam um quadro clínico semelhante. 

“Portanto, indivíduos residentes em áreas endêmicas podem, ao longo de suas vidas, serem infectados pelos quatros tipos de vírus. Essa nova vacina é composta de versões atenuadas desses sorotipos do vírus causador da dengue. Ou seja, nela estão vírus vivos enfraquecidos. Depois da aplicação, o sistema imunológico identifica esses sorotipos atenuados como estranhos e começa a produção de anticorpos contra eles. Quando a pessoa for exposta ao vírus, o sistema imunológico vai reconhecê-lo e pode produzir mais anticorpos para neutralizar o agente infeccioso antes que ele cause a dengue”, esclareceu o especialista.

Com eficácia de 80%, o esquema vacinal do imunizante é composto por duas doses, aplicadas por via subcutânea, com intervalo de 3 meses entre elas. “Vale lembrar, essa vacina não protege contra os vírus Zika e Chikungunya”, alertou o epidemiologista.

Para quem está com dúvidas sobre estar infectado com a doença, existem testes rápidos e moleculares (PCR) para o diagnóstico da dengue e podem ser realizados via planos de saúde, mediante pedido médico. Eles devem ser realizados, preferencialmente, nos primeiros 5 dias de evolução dos sintomas clínicos. Após este período, devido à diminuição da viremia, pode ocorrer a não detecção de cópias virais, impossibilitando a tipagem do vírus.


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