Os testes laboratoriais das amostras de produtos coletados do abatedouro clandestino de Anápolis confirmaram que as carnes são mesmo de cavalos. A comprovação foi feita por meio de um laudo emitido pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária em Goiás (LFDA), unidade do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), e enviado para a Polícia Civil, que está conduzindo as investigações do caso.
Em operação conjunta com a Polícia Civil, a Polícia Técnico-Científica, o Sindicato Rural e o Batalhão Rural, a Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) coletou cinco amostras de pedaços de carcaça e músculos fatiados que estavam armazenados no galpão. No local, que apresentava condições sanitárias precárias, foram encontrados 790 quilos de carne irregular.

O material das amostras foi encaminhado para análise e houve a constatação de que todas as carnes apresentavam DNA 100% equino e nenhum de traços de DNA bovino. Embora o consumo de carne equina não seja proibido no Brasil, o processamento sem fiscalização e em condições sanitárias inadequadas representa um grave risco à saúde pública.
Relembre o caso
Após deúncias de moradores da região, a 2ª Companhia do Batalhão Rural, da Polícia Militar de Goiás (PMGO), resgatou 40 equinos em situação de maus-tratos na zona rural de Anápolis. A operação também desmantelou o local utilizado para abate clandestino dos animais.
A primeira medida inestigativa da Polícia Civil era descobrir a origem das carnes armazenadas nos três freezers encontrados no galpão do abatedouro. A investigação também quer saber para quem as carnes eram vendidas e se os compradores sabiam da origem e procedência dos produtos.
Conforme os agentes que participaram da ação, os cavalos encontrados no abatedouro clandestino estavam em situação precária, sem acesso a alimento e sem água, em condições mínimas de sobrevivência. De acordo com os moradores da região, a movimentação anormal de urubus na área chamou a atenção, fato que levou à denúncia.
Vários animais apresentavam ferimentos graves, como patas quebradas e olhos lesionados. Eles foram resgatados e encaminhados para uma chácara da Prefeitura de Anápolis, onde receberam tratamento veterinário.
Alerta para a população
O diretor de Defesa Agropecuária da Agrodefesa, Rafael Vieira, enfatiza que qualquer abate clandestino que for identificado, precisa ser denunciado para a Agrodefesa. “Não pode ocorrer o comércio de produtos de origem animal sem inspeção no Brasil, oriundos de abate clandestino. Só pode ocorrer a venda e o consumo de alimentos que tenham passado por algum serviço de inspeção. Reforçamos a importância dos consumidores adquirirem produtos de origem animal apenas em estabelecimentos registrados e fiscalizados, garantindo a qualidade e alimento seguro”, enfatiza.
A Polícia Civil segue com as investigações para responsabilizar os envolvidos na distribuição da carne e identificar a extensão da rede de fornecimento, bem como apurar possíveis crimes ambientais relacionados à atividade ilegal.
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