07 de julho de 2025
Em alerta • atualizado em 13/06/2025 às 17:55

Confirmado primeiro caso de gripe aviária em Goiás, registrado em Santo Antônio da Barra

Dos três casos suspeitos investigados pela Agrodefesa, somente o de Santo Antônio deu positivo; os casos notificados no Zoológico de Goiânia e em Montes Claros de Goiás deram negativo
O caso foi registrado em propriedade de subsistência e matou cerca de 100 galinhas. Foto: Reprodução
O caso foi registrado em propriedade de subsistência e matou cerca de 100 galinhas. Foto: Reprodução

O laudo técnico das análises realizadas pelo Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA) do Ministério de Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou o primeiro caso de gripe aviária em Goiás. O caso foi registrado no município de Santo Antônio da Barra, que fica na região Sudoeste do Estado, na última segunda-feira (9), onde foi notificada a morte de cerca de 100 galinhas criadas em uma propriedade de subsistência. O resultado dos exames foi divulgado nesta sexta-feira (13).

Segundo a notificação, as galinhas mortas apresentaram sinais clínicos como asas caídas, secreção nasal, dificuldade respiratória, apatia, diarreia e edema de face. Assim que foi notificada, a Agrodefesa atuou de forma imediata, enviando equipes técnicas aos locais, em até 12 horas, para realizar a interdição das propriedades e a coleta de amostras, seguindo rigorosamente os protocolos do Programa Nacional de Sanidade Avícola (PNSA).

A confirmação do primeiro foco de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP – H5N1) em Goiás acontece na mesma semana em que outros dois casos também estavam sendo investigados, sendo um deles também em propriedade de susbsistência e outro no Zoológico de Goiânia. Nenhum caso foi notificado em granja comercial, até o momento.

Casos suspeitos descartados

Os dois outros casos que estavam sob investigação da Agrodefesa correspondem à morte de um Cisne Negro, que faleceu no último domingo (8) no Zoológico de Goiânia, e de 35 galinhas e sete perus, que apresentaram sintomas suspeitos em uma propriedade de subsistência na cidade de Montes Claros de Goiás. O resultado negativo para o vírus da gripe aviária no Cisne foi divulgado na última quarta-feira (11), e nas galinhas e perus, nesta sexta-feira (13).

Por conta das medidas de contenção e para o cumprimento dos protocolos zoosanitários estabelecidos pelo Mapa, e para vistoria técnica da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa), o Zoológico de Goiânia permaneceu três dias fechado, até a confirmação do resultado negativo para a doença.

Novas medidas a partir de agora

O presidente da Agrodefesa, José Ricardo Caixeta Ramos, esclarece que a confirmação de gripe aviária em aves de subsistência não afeta o status sanitário do Brasil perante a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), pois não envolve aves comerciais, e também não compromete as exportações de carnes e ovos, já que os países importadores consideram o risco baixo quando não há envolvimento de granjas comerciais.

Conforme Ricardo, a confirmação do primeiro caso acende um alerta no Estado. “Mesmo sendo um caso isolado, sem impacto no comércio de produtos avícolas, a confirmação reforça a necessidade de intensificarmos as medidas de contenção e de vigilância. Já mobilizamos nossas equipes para atuarem na área afetada, com ações de controle sanitário, investigação epidemiológica e reforço das orientações à população. A Agrodefesa segue atenta e comprometida com a proteção da avicultura goiana”, enfatizou.

Contenção e controle

A partir da confirmação do resultado positivo para gripe aviária, a Agrodefesa já colocou em operação um Grupo Especial de Emergência Zoossanitária, com apoio de setores como segurança pública, Defesa Civil e prefeitura do município afetado, iniciando o Plano Estadual de Contingência para a Influenza Aviária. Uma equipe técnica da Agência estará no local, em Santo Antônio, para as atividades de vigilância e monitoramento. O foco do trabalho se concentra em ações imediatas e coordenadas para conter a disseminação do vírus, proteger a saúde animal e humana e preservar a produção avícola goiana.

Entre as ações emergenciais estão implantação de vigilância no raio de dez quilômetros ao redor do foco, com monitoramento intensivo do trânsito de aves, ovos e materiais avícolas; restrição de movimentações ;e reforço nas barreiras sanitárias e suspensão temporária de feiras e exposições com aves vivas nas regiões afetadas.

O trabalho de educação sanitária também faz parte, por meio da conscientização de produtores, profissionais, imprensa e população local sobre os riscos e medidas de prevenção, além da necessidade de notificação em caso de suspeitas da doença.

A Agrodefesa alerta para os sinais de gripe aviária:

  • tosse, espirros e muco nasal;
  • lesões hemorrágicas (hematomas) nas pernas e às vezes nos músculos;
  • edema (inchaço) nas juntas das pernas, na crista e barbela, com cor roxa-azulada ou vermelha-escura;
  • falta de coordenação motora e andar em círculos;
  • diarreia;
  • desidratação.

Além disso, em aves de postura, pode ser observada também a queda na produção de ovos e alterações nas cascas dos ovos. Em caso de suspeita, é fundamental que produtores, criadores e a população notifiquem imediatamente qualquer morte súbita ou sinais de doença em aves pelo Whatsapp (62) 98164-1128.


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