19 de dezembro de 2024
Informativo

‘Nada nos destruirá’, diz Temer antes de denúncia

Michel Temer
Michel Temer

Em uma semana tida como crucial para o governo, o presidente Michel Temer fez um discurso forte e cheio de recados nesta segunda (26) e disse “que nada o destruirá”. A uma plateia de empresários e comerciantes, ele afirmou que “não há plano B” no país e que é necessário seguir adiante.

O discurso foi feito horas antes de o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ter apresentado denúncia contra o presidente por corrupção passiva. Depois de conhecido o teor da denúncia, Temer não se pronunciou.

“Ninguém duvide, nossa agenda de modernização do Brasil é a mais ambiciosa de muito tempo. Tem sido implementada com disciplina e com sentido de missão.

Não há plano B. Há de seguir adiante. Nada nos destruirá. Nem a mim, nem aos nossos ministros”, disse, no evento.

No mesmo dia em que o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu que o peemedebista encurte seu mandato (leia mais abaixo), o presidente disse que nem todos entendem bem as iniciativas de sua gestão. “Às vezes, as pessoas tomam outros caminhos, mas vamos produzindo pelo país”, afirmou.

O peemedebista ressaltou que o governo é “de transição” e que apenas ele tem a capacidade de implementar medidas que outras gestões não fariam diante da preocupação com questões eleitorais. “Nós estamos fazendo uma transição para que quem vier depois pegue um país nos trilhos do crescimento”.

No discurso, o presidente também reconheceu que a reforma previdenciária “deu uma parada”, mas que será retomada. A nova previsão do Palácio do Planalto é de que fique apenas para agosto.

SOVIÉTICOS

No discurso, o presidente lembrou da viagem que fez à Rússia, na semana passada, e se referiu aos empresários e empreendimentos locais como “soviéticos”.

“Estive agora em Moscou e verifiquei o interesse extraordinário dos empreendimentos soviéticos. O deputado federal Darcísio Perondi (PMDB-RS) esteve lá e verificou o interesse de empresários soviéticos e noruegueses pelo que está acontecendo no país”, disse.

Não é a primeira fez que a gestão peemedebista comete gafe em relação à Rússia. Na semana passada, o site oficial da Presidência da República chamou a Rússia, cujo nome oficial hoje é Federação Russa, de República Socialista Federativa Soviética da Rússia.

A alcunha passou a ser utilizada em 1917, quando o país europeu se tornou uma nação socialista, e foi trocada para Federação Russa em 1991, pouco antes da dissolução da União Soviética.

A assessoria de imprensa do Palácio do Planalto reconheceu o equívoco. Segundo ela, tratou-se de um “erro humano” que foi consertado no mesmo dia.

REAÇÃO À DENÚNCIA

O governo quer apressar a análise, a ser feita pela Câmara, da denúncia protocolada nesta segunda contra ele pela Procuradoria.

O Planalto queria que a Câmara apreciasse a matéria antes de 15 de julho.


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