Com 52% a mais de produtividade e 32% a menos de custos, a Saúde de Goiás, gerida por meio de Organizações Sociais, é referência hoje para o Brasil. Foi o que demonstrou hoje, com números oficiais, o governador Marconi Perillo, ao prestigiar, em São Paulo, no auditório do Hospital Santa Catarina, o lançamento nacional do Instituto Brasileiro das Organizações Sociais de Saúde (Ibross).
O evento reuniu quatro governadores de Estado – Marconi Perillo (Goiás), Geraldo Alckmin (São Paulo), Paulo Câmara (Pernambuco), Rodrigo Rollemberg (Distrito Federal), secretários estaduais de Saúde, e diretores e presidente de OSs que atuam nos respectivos estados. O surgimento do Ibross ocorre após quase 20 anos de implantação do modelo de Organizações Sociais de Saúde (OSS) para a gestão de serviços da rede pública no Brasil.
Ao discursar no evento, Marconi apresentou o antes e o depois da Saúde goiana, com a chegada do Sistema OS. Ele relatou que antes do novo sistema ser implantado, era comum, quando visitava unidades de Saúde, ser mal recebido ou ignorado. Tomada a decisão de mudar paradigmas, começou o novo sistema pelo CRER e Hospital de Urgências de Anápolis (Huana). Hoje, todas as unidades de Saúde do Estado são geridas por Organizações Sociais, com índices de aprovação altíssimos pelos usuários e gestões eficientes. No Hugo, sublinhou, existiam 2.100 funcionários, reduziu-se para 900 e hoje, com a ampliação de 80% dos número de leitos de enfermaria e de UTI, são 1.200.
“Com as Organizações Sociais, todo mundo trabalha”, disse Marconi, ao enfatizar que o governo de Goiás não está “fazendo de conta que administra Saúde”. Os avanços possibilitaram que quatro unidades de saúde goianas, relatou Marconi, recebessem a certificação ONA, uma delas, o CRER, já conquistou o ONA 3.
Ele avaliou que ainda existem desafios a serem superados pela OS, como a parametrização de preços dos materiais e insumos. O governador convidou as demais Organizações Sociais (OSs) a se juntarem às que já atuam em Goiás. Assinalou também que a meta do governo estadual é expandir o modelo para outras áreas, como a Educação, cujo processo de implantação está em curso, e que tem certeza que trará grandes avanços para a área no Estado. “É importante esse testemunho porque vivemos isso há muitos anos”, disse, referindo-se à atuação das Organizações Sociais em Goiás.
O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, afirmou no evento que no Brasil tem-se focado muito na doença, aos invés de se focar na saúde. Alckmin condenou o que chama de “intervencionismo exagerado” – pessoas que realizam um monte de exames sem a menor necessidade. A exemplo de Marconi, elogiou o Ibross pela iniciativa de criar um sistema de Acreditação entre as Organizações Sociais (OSs) filiadas.
Considerado a primeira entidade nacional representativa do setor, o Ibross foi criado por iniciativa de um grupo de OSS que atuam em diferentes regionais do País, com a proposta de colaborar para o aperfeiçoamento e fortalecimento do Sistema Único de Saúde (SUS) e a qualidade do atendimento oferecido à população brasileira.
Juntas, as OSs associadas ao Ibross gerenciam mais de 800 unidade de saúde e empregam aproximadamente 95 mil pessoas. Essas unidades contam com mais de 15 mil leitos e realizam, em um período de um ano, cerca de 700 mil internações e mais de 750 mil cirurgias. Também são responsáveis por mais de 40 milhões de consultas, quase 50 milhões de exames e chegam a registrar aproximadamente 10 milhões de atendimentos de urgência e emergência.
Com sede administrativa em Brasília, o Instituto conta atualmente com 19 entidades associadas, que atuam em 13 estados brasileiros e no Distrito Federal, sob a presidência do ex-secretário-ajunto de Saúde de São Paulo, o médico Renilson Rehem de Sousa. Das OSs que atuam em Goiás, a Associação Goiana de Integralização e Reabilitação (AGIR) foi a primeira a se filiar à entidade.
Participaram da solenidade de lançamento do Ibross também a presidente da Associação da Congregação de Santa Catarina, Lia Gregorini, o secretário de Saúde de São Paulo, David Uip, e o médico José da Silva Guedes, um dos que colaboraram, no governo de Mário Covas, para que o projeto piloto das OSS fosse implantado em São Paulo, com a colaboração do então secretário Luiz Fernando Barradas, que morreu anos depois.
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