Em entrevista ao repórter Samuel Straioto, do Diário de Goiás, o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB), chamou o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), para que o governo goiano assuma sua responsabilidade na gestão e soluções para o transporte coletivo da região metropolitana. Ele lembrou de governos anteriores que prometeram, mas colaboraram para deixar o sistema como “uma porcaria”, nas palavras do administrador da capital.
Ao criticar os governos anteriores (de Marconi Perillo e José Eliton), o prefeito lembrou de promessas que foram feitas em acordos que não foram cumpridos e de que as intervenções do governo estadual só colaboraram para piorar o sistema.
“A questão do transporte urbano de Goiânia é uma das questões mais complexas da cidade. Na minha administração passada, em 2005, instituímos em Goiânia o melhor transporte do Brasil, abrimos licitação, chegaram 1,2 mil ônibus zero quilômetro, com equipamentos para os cadeirantes, para que os idosos tomassem os ônibus e aí veio o governo passado e se meteu de tomar conta do transporte urbano da região metropolitana e deixou isso que está aí, um instrumento de sofrimento do povo, nós temos é que falar a verdade. O governo anterior meteu a cara no que não era dele e deixou essa porcaria que está aí hoje sem rumo, exigindo dos poderes públicos, ações muito violentas”, disse Iris com um tom de voz bem alto.
O prefeito se refere à concessão dada para o governo de Goiás administrar o Eixo Anhanguera (Via Metrobus) e às intervenções do Estado em pactos anteriores com várias promessas. Numa das intervenções, foi ampliado o subsídio para o custeio da meia passagem do transporte coletivo e, naquele ano da gestão de Perillo, foi segurado o reajuste do bilhete.
Iris é presidente, por imposição, da Câmara Deliberativa do Transporte Coletivo. O cargo foi transferido para um rodízio entre prefeituras por uma Lei também do ex-governador Perillo que tirou o governo de Goiás da presidência do órgão. À época, quando acontecia o reajuste do bilhete (Como agora), era o Estado que levava a culpa pelo reajuste. Agora, no entanto, é das prefeituras.
Mais do que chamar Ronaldo Caiado para a responsabilidade, Iris Rezende deixa claro que a gestão estadual não abraçou a ideia de criar um fundo para custeio das gratuidades da passagem do transporte coletivo que o governo dá, mas é o usuário que paga para ele.
O projeto não caminhou na gestão de Ronaldo Caiado. Ele foi engavetado apesar da área financeira do governo ter dado sinais de que seria positivo. O governador ancorou-se num parecer muito questionável da Procuradoria Geral do Estado que alegava que a criação de uma taxa no licenciamento de veículos seria ilegal. O fato foi contestado pela Companhia Metropolitana do Transporte Coletivo.
Já que não há alternativa, o aumento da passagem para R$4,50 cai no bolso do usuário, mas o custo político vai recair sobre o prefeito e o governador.
Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .