O Programa de Ajuste Fiscal (PSF) implementado em Goiás como medida de enfrentamento à crise econômica nacional foi apresentado hoje pelo governador Marconi Perillo em evento realizado peloConselho Empresarial da América Latina (CEAL), que reuniu as principais lideranças empresarias do país, além de autoridades políticas, como o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso e o ministro das Cidades, Bruno Araújo.
Marconi participou do encontro a convite do presidente do Ceal, o economista Roberto Gianetti da Fonseca, que citou Goiás como “exemplo para o Brasil” no enfrentamento da crise econômica nacional. Nas palavras dele, o governador Marconi Perillo teve “coragem” de adotar medidas de enfrentamento à crise de forma antecipada e implementá-las com antecedência, impedindo que Goiás sofresse as consequências mais agudas da crise, como atualmente ocorre no Rio de Janeiro.
Em discurso aos empresários e políticos presentes, o governador Marconi Perillo discorreu sobre os pontos do Programa de Ajuste Fiscal (PAF). Ele ressaltou que o caminho adotado foi responsável por retirar Goiás do pior cenário de crise no país e declarou que hoje Goiás colhe frutos positivos, como a marca de Estado líder na geração de empregos e o pagamento em dia do salário dos servidores públicos.
“O meu Estado é um dos cinco que não tiveram problemas para pagamento de folha salarial e 13º. Desde 1999, quando assumi o governo pela primeira vez, eu pago o 13º no mês de aniversário do servidor. Parte da folha é paga dentro do mês trabalhado e o restante, contendo os maiores salários, é pago até o dia 10 do mês vencido, conforme a lei determina. Portanto, nós não temos problemas com relação a pagamento de folha salarial”, destacou Marconi.
Representando o Governo Federal, o ministro das Cidades, Bruno Araújo, falou sobre as medidas adotadas pelo Governo Federal para reverter a crise no país. Algumas delas, como a redução no número de ministérios e de servidores comissionados, foram adotadas pelo presidente Michel Temer após ouvir a orientação do governador Marconi Perillo sobre o processo adotado em Goiás.
Também participaram do encontro os empresários Antonio Luz, sócio fundador da Sadia, atual BRF Foods; João Roberto Marinho, vice-presidente do Grupo Globo; Christian Lohbauer, diretor de Assuntos Corporativos e Governamentais da Bayer; Ingo Plöger, presidente Internacional do Conselho Empresarial da América Latina (CEAL); além de representantes da Ambev, do Banco BMG, Morgan Stanley, Ultrafarma, Bayer e da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave).
Sistema político falido
Ao público presente, o ex-presidente da República Fernando Henrique Cardoso ressaltou a necessidade de líderes políticos que despertem confiança e esperança na população em âmbito nacional. “A gente sabe o que deve ser feito e tem pessoas competentes à frente da política. A grande questão, como sempre, é política. Vamos ter força para implementar ou não vamos ter força para implementar mudanças? Nós precisamos sentir que há rumo. O Brasil precisa ver qual é o caminho e o povo precisa sentir que está junto do processo. O que foi feito vai nos custar alguns anos de reconstrução”, avaliou.
FHC foi enfático ao afirmar que é preciso mudar o sistema político brasileiro. “É preciso resolver a questão política. O sistema atual não dá mais. A população não confia mais. Então, tem que se estabelecer a confiabilidade interna e externa. Nós temos que aprender a falar a linguagem que as pessoas entendem para que elas sintam que nós estamos tratando de coisas concretas que influenciam a vida de cada um. E, infelizmente, o nosso sistema político se distanciou muito da população”, pontuou.
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