28 de agosto de 2024
Publicado em • atualizado em 23/11/2014 às 00:20

Ecos da reforma

A reforma administrativa do Governo de Goiás, anunciada pelo governador Marconi Perillo, foi muito menos questionada pela base política do chefe do Executivo do que se previa. Pelo menos, em público. Ao anunciar as mudanças, Marconi Perillo (PSDB) dizia, em tom informal, ao vice-governador José Eliton Jr. que ele teria a tarefa de explicar as mudanças causadas pela redução de 6 secretarias e corte de quase 16 mil cargos (comissionados e temporários). Não teve tanto trabalho assim.

Não há dúvida que Perillo escolheu o melhor momento para fazer a mudança: antes do começo do governo; antes de negociar espaços políticos com apoiadores; durante o crédito da vitória eleitoral. Percebido, então, que a resistência não foi tão intensa, é hora de puxar a segunda etapa.

O secretário da Casa Civil, José Carlos Siqueira, ocupou-se da tarefa de avisar que a segunda etapa vem com mais cortes e outras fusões que não foram definidas, ainda. Ao retornar da viagem internacional, Perillo tem, na agenda, o fechamento das novas mudanças.

Se o ruído das reclamações ainda foi tão intenso, não significa que ele não exista. Muitos que detém cargos, ou têm a expectativa deles, mantém o contato direto com os seus líderes, que vão fechar a ocupação do espaço para o coméco do governo. Em síntese, muita gente vai ouvir um sonoro “não”. É muito provável que a “chiadeira” será maior no começo de janeiro. Agora, reclamar não adianta, e se acontecer em público, então, pode desagradar ao chefe do Governo de Goiás.

Assim, o ambiente de insegurança política na base de apoiadores de Marconi Perillo deve extender-se no final de novembro e dezembro. A segunda etapa da reforma deve ampliar a presença das Organizações Sociais na gestão das estruturas governamentais. E, deixou claro José Siqueira, algumas agências devem sumir do mapa.

Os ecos da reforma foram mais contundentes no setor da agricultura e da cultura. Na verdade, de intensidade e repercussão mediana. Saem as secretarias, mas os programas continuam. Pronto. O barulho nem foi tão grande e as mudanças já foram absorvidas. Assim, está confirmado: Marconi começa o quarto governo mais forte do que o que termina agora. 

Altair Tavares

Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .