A cobrança do prefeito de Anápolis, Roberto Naves (PTB), sobre as obras do governo de Goiás que estão em andamento é acompanhada de um elogio sobre o programa Goiás Na Frente. O administrador procura manter sintonia com o eleitor da cidade e deixa a entender que esta vontade está, inclusive, acima dos interesses partidários dele. Como político, ocupa-se de evitar que o espaço das exigências seja ocupado pela oposição.
Em entrevista comigo e Vassil Oliveira, ao Diário de Goiás (Veja abaixo) Naves revelou que não pretende esperar que o Governo de Goiás inicie a construção de um novo Distrito Agroindustrial. Ele planeja desapropriar áreas para a instalar uma local semelhante ao estadual com espaços para novas empresas.
Um dado sobre a expansão da atividade econômica do município realmente é preocupante: Desde 2010, diz o prefeito, nenhuma grande empresa foi instalada na cidade por causa da falta de áreas no Distrito Agroindustrial de Anápolis (DAIA). Ele relatou que 2 a 3 empresas de grande porte procuram a cidade para abrir uma sede na cidade.
Naves, então, como prefeito, estrutura um ação política com foco em pressões direcionadas ao governo de Goiás para o término do Centro de Convenções, expansão do DAIA, construção do Anel Viário e, principalmente, no abastecimento da água que é administrada pela Saneago.
O desgaste com a falta de água em alguns bairros atinge diretamente a imagem do prefeito da cidade. Entre sobreviver politicamente e a Saneago manter sua concessão, o prefeito deixa claro que lançará mão do fim do contrato com a empresa municipal se o estudo de viabilidade econômica e jurídica indicar assim.
Administrar a água e o saneamento pode ser fonte de muitos desgastes e não de dividendos políticos. Em Catalão, a falta do abastecimento derrubou o governo de Jardel Sebba (Junto com outros fatos políticos) e, também, foi fator que influenciou a derrota de Misael Oliveira, na disputa eleitoral pela sucessão em Senador Canedo. Controlar á água é levar ao consumidor, todo mês, uma péssima notícia de cobrança sobre o benefício. E, tem o corte de água. Água é problema, po risso muitos consideram que é melhor deixar o desgaste com o governo do Estado e sua empresa.
De forma coerente, Naves tece um elogio ao programa Goiás Na Frente ao classificá-lo como um presente que o governador Marconi Perillo (PSDB) deu para a cidade com investimentos de R$15 milhões. A mão que critica, também afaga. Cobrar e elogiar faz parte do jogo. E, sem dúvida, o governador e seu vice tem que prestar muita atenção na cidade. Afinal, as vitórias dele tiveram importante contribuição da cidade. Naves cobra, mas também não tem outra alternativa senão manter-se na base com a qual boa parte dos eleitores da cidade tem conexão.
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Altair Tavares
Editor e administrador do Diário de Goiás. Repórter e comentarista de política e vários outros assuntos. Pós-graduado em Administração Estratégica de Marketing e em Cinema. Professor da área de comunicação. Para contato: [email protected] .