05 de dezembro de 2025
NOVA ANÁLISE

Após vetar o primeiro, Semad recebe novo plano emergencial do lixão que contaminou córrego em Padre Bernardo

Empresa responsável pelo lixão Ouro Verde teve plano anterior rejeitado por falhas técnicas; água do córrego apresentou sinais de contaminação
Técnicos da secretaria visitaram moradores e explicaram a situação - Foto: Semad
Técnicos da secretaria visitaram moradores e explicaram a situação - Foto: Semad

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) recebeu e está analisando uma nova versão do plano de ação emergencial (PAE) proposto pela empresa dona do lixão Ouro Verde, enviado na tarde desta segunda-feira (23). O PAE era exigido em regime de urgência porque na quarta-feira (18) houve o desmoronamento de uma montanha de lixo que contaminou o córrego Santa Bárbara, que é um afluente do Rio do Sal, em Padre Bernardo, no Entorno do Distrito Federal.

“A nova versão do PAE está sob análise e a Semad fará um novo comunicado assim que chegar a uma conclusão a respeito da viabilidade dele”, divulgou a secretaria. O plano anterior, entregue no sábado (21), foi rejeitado por não oferecer soluções para os desafios que se apresentam – como a necessidade de se fazer um desvio no manancial – e por não estar assinada por um responsável técnico. 

Análise da água

Nesta segunda-feira (23), a Semad realizou medições de qualidade da água tanto no córrego Santa Bárbara, quanto em pontos de captação da Saneago na bacia do rio Descoberto.

Na bacia do Descoberto, a equipe da secretaria visitou três pontos de captação e, com auxílio de sonda multiparamétrica, não encontrou alterações que fujam dos parâmetros preconizados pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). A Saneago fez medições na água subterrânea de poços artesianos utilizados no abastecimento público de comunidades próximas ao lixão, e também não se detectou inconformidade.

No córrego Santa Bárbara, a Semad utilizou a sonda em um ponto a montante do lixão e dois pontos a jusante. O que a equipe encontrou a jusante foi um aumento de sólidos totais dissolvidos (TDS). Em um único ponto, o TDS foi de 147 mg/L na quinta-feira, 240 mg/L no domingo e 270 mg/L nesta segunda. São valores que podem indicar que o curso hídrico esteja carreando os resíduos que desmoronaram.

Também foi observada uma alteração no pH do corpo hídrico. No domingo, o resultado foi de 5,8 e na segunda o valor caiu para 5,3, o que indica o aumento da acidez da água. Técnicos também encontraram espuma (possivelmente derivada de detergente e outros itens de higiene descartados no lixão), o que é mais um indicativo de contaminação.

Segundo a secretaria, suas equipes de medição de qualidade da água voltam a campo na próxima quinta. Nesta terça e quarta, os esforços estarão voltados para estudo de amostras coletadas.

Visita a moradores

Equipes da Semad se juntaram à Defesa Civil em visitas à moradores da zona rural de Padre Bernardo, nesta segunda-feira, para esclarecer dúvidas sobre o desmoronamento da pilha de rejeitos no lixão da empresa Ouro Verde.

Por enquanto a Semad ainda não divulgou quais opções estão consideradas caso a empresa reponsável não reaja de forma rápida para evitar também o desmoronamento de uma outra pilha de lixo que existe no local.


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