Com reunião na Corregedoria-Geral no Tribunal de Justiça de Goiás (TJ-GO) e uma audiência pública, vereadores de Anápolis fazem na terça-feira (3) movimentações de peso na tentativa de expor a suposta participação do prefeito da cidade, Márcio Corrêa (PL), com o grupo que vinha promovendo ofensas e difamando autoridades políticas, religiosos, influenciadores e empresários do município por meio de perfis anônimos em redes sociais (“Anápolis na Roda” e semelhantes). A ação do grupo foi revelada pela Polícia Civil na Operação Máscara Digital.
Às 14h30 horas desta terça os vereadores que formaram uma frente se encontram com o Corregedor-Geral da Justiça, desembargador Marcus da Costa Ferreira, na sede do TJ-GO, em Goiânia.
A intenção é levar a preocupação com o possível envolvimento do chefe do Executivo anapolino e pedir que o Tribunal solicite os autos da investigação sobre Corrêa, que tem foro privilegiado. Representação do Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) da PC-GO com o mesmo pedido foi registrada no dia 23 na 5ª Vara Criminal de Anápolis, apontando urgência.
Nome de Corrêa aparece em grupo que coordenava as publicações ofensivas
O nome do prefeito aparece no inquérito conduzido pelo Geic como integrante de um grupo de WhatsApp que coordenava publicações feitas por contas associadas ao perfil. À frente dessas postagens a Polícia identificou o então diretor de Comunicação da Câmara Municipal, Denílson Boaventura, e o então secretário de Comunicação da Prefeitura de Anápolis, Luís Gustavo Souza Rocha – ambos exonerados logo após o escândalo –, além da jornalista e ex-candidata a vereadora, Ellysama Aires Lopes Almeida.
Os três chegaram a ser presos no dia 16 e soltos no mesmo dia. Procurados pela reportagem em diferentes ocasiões, não foram localizados, nem enviaram manifestação posteriormente.
Audiência
Também nesta terça, às 19h, na Câmara Municipal de Anápolis, será realizada uma audiência pública sobre o escândalo. Foram convidadas pessoas que denunciaram terem sido vítimas das ofensas publicadas nos perfis.
Pela cidade o comentário é de que o número de ofendidos pode chegar a cem pessoas. Na semana passada até o Conselho de Pastores de Anápolis se manifestou em nome da congregação “após centenas de pedidos” neste sentido por causa de várias ofensas a líderes religiosos evangélicos identificadas nos perfis relacionados ao grupo investigado.
Encontro com o Geic
Conforme o vereador Domingos de Paula (PDT), a frente de vereadores vai solicitar também encontro com o comando do Geic de Anápolis. “Acreditamos que muita coisa ainda vai surgir, por isso estamos respaldando a investigação”, explica o parlamentar. Ele próprio é um dos ofendidos nas postagens que o difamavam e também as assessoras do gabinete dele na Câmara. O vereador inclusive acionou o prefeito judicialmente após a revelação de sua possível ligação com essas postagens ofensivas
Corrêa se antecipou e já retornou da viagem internacional que estava fazendo na comitiva do vice-governador Daniel Vilela (MDB) que encerra a missão de negócios na quarta-feira. Mas a assessoria continua sem responder às mensagens que abrem espaço para a versão do prefeito de Anápolis.
Comissão Especial de Inquérito
Os vereadores da frente que cobra apuração sobre o suposto envolvimento de Márcio Corrêa no grupo investigado chegaram a alcançar as oito assinaturas necessárias para o requerimento pedindo a instauração de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), mas na sexta-feira (30) três parlamentares desistiram, explicou o vereador Rimet Jules (PT) no sábado.
Por outro lado, a expectativa na Câmara é de que o avanço das investigações pode comprometer Corrêa de modo que a maioria dos 23 parlamentares de Anápolis seja pressionada a aderir e assinar o requerimento.
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