Na sexta-feira (23), o Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) da Polícia Civil (PC-GO) representou para que a 5ª Vara Criminal de Anápolis remeta os autos da investigação sobre o prefeito Márcio Corrêa (PL) ao Tribunal de Justiça de Goiás, com urgência. A PC-GO apura o possível envolvimento direto de Márcio Corrêa, com o perfil anônimo “Anápolis na Roda”, utilizado para disseminar ataques difamatórios contra adversários políticos, empresários, líderes religiosos e outras figuras públicas do município.
O nome do prefeito aparece em um inquérito conduzido pelo Geic, que aponta Corrêa como integrante de um grupo de WhatsApp que coordenava publicações feitas por contas associadas ao perfil.
A investigação foi impulsionada pela análise forense do celular do ex-secretário municipal de Comunicação, Luís Gustavo Rocha, preso na Operação Máscara Digital e exonerado na semana passada. A perícia digital identificou a existência de um grupo de mensagens intitulado “Café com Pimenta”, do qual participavam Márcio Corrêa, Luís Gustavo e o jornalista Denilson Boaventura ambos também alvos da apuração. Embora soltos, os dois continuam sendo investigados.
Entre os conteúdos analisados, destaca-se uma mensagem atribuída diretamente ao prefeito: “Bora soltar essa no Anápolis na roda 3”, expressão que, segundo os delegados Luiz Carlos Cruz Filho, Marcos Adorno e Leonilson Sousa, indica possível instigação ou direcionamento das postagens publicadas no perfil investigado.
Devido à menção de uma autoridade com foro por função, os delegados oficiaram a 5ª Vara para que o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás decida sobre a continuidade das diligências. O relatório policial ressalta que, embora em fase preliminar, as provas já sugerem “possível envolvimento direto da mencionada autoridade”.
A extração e análise dos dados foram realizadas com tecnologia forense do CyberGaeco, núcleo especializado do Ministério Público de Goiás, utilizando três padrões internacionais de integridade digital. O laudo atesta que não houve qualquer quebra na cadeia de custódia, assegurando a validade judicial das evidências.
A polícia também informou que outras publicações do “Anápolis na Roda” serão cruzadas com mensagens do grupo “Café com Pimenta”. A investigação agora se concentra em identificar outros possíveis agentes públicos envolvidos. Segundo os registros da delegacia, o perfil anônimo teria atingido até 50 vítimas diferentes.
Corrêa não foi localizado para comentar o assunto.
Confira a representação abaixo.
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