15 de junho de 2025
Investigação • atualizado em 24/05/2025 às 12:01

Polícia Civil pede inclusão do prefeito de Anápolis na investigação de perfil que fazia ataques anônimos

Inquérito aponta Corrêa como integrante de um grupo de WhatsApp que coordenava publicações feitas por contas associadas ao perfil
A investigação foi impulsionada pela análise forense do celular do ex-secretário municipal de Comunicação, Luís Gustavo Rocha. Foto: Divulgação.
A investigação foi impulsionada pela análise forense do celular do ex-secretário municipal de Comunicação, Luís Gustavo Rocha. Foto: Divulgação.

Na sexta-feira (23), o Grupo Especial de Investigações Criminais (Geic) da Polícia Civil (PC-GO) representou para que a 5ª Vara Criminal de Anápolis remeta os autos da investigação sobre o prefeito Márcio Corrêa (PL) ao Tribunal de Justiça de Goiás, com urgência. A PC-GO apura o possível envolvimento direto de Márcio Corrêa, com o perfil anônimo “Anápolis na Roda”, utilizado para disseminar ataques difamatórios contra adversários políticos, empresários, líderes religiosos e outras figuras públicas do município.

O nome do prefeito aparece em um inquérito conduzido pelo Geic, que aponta Corrêa como integrante de um grupo de WhatsApp que coordenava publicações feitas por contas associadas ao perfil.

A investigação foi impulsionada pela análise forense do celular do ex-secretário municipal de Comunicação, Luís Gustavo Rocha, preso na Operação Máscara Digital e exonerado na semana passada. A perícia digital identificou a existência de um grupo de mensagens intitulado “Café com Pimenta”, do qual participavam Márcio Corrêa, Luís Gustavo e o jornalista Denilson Boaventura ambos também alvos da apuração. Embora soltos, os dois continuam sendo investigados.

Entre os conteúdos analisados, destaca-se uma mensagem atribuída diretamente ao prefeito: “Bora soltar essa no Anápolis na roda 3”, expressão que, segundo os delegados Luiz Carlos Cruz Filho, Marcos Adorno e Leonilson Sousa, indica possível instigação ou direcionamento das postagens publicadas no perfil investigado.

Devido à menção de uma autoridade com foro por função, os delegados oficiaram a 5ª Vara para que o Tribunal de Justiça do Estado de Goiás decida sobre a continuidade das diligências. O relatório policial ressalta que, embora em fase preliminar, as provas já sugerem “possível envolvimento direto da mencionada autoridade”.

A extração e análise dos dados foram realizadas com tecnologia forense do CyberGaeco, núcleo especializado do Ministério Público de Goiás, utilizando três padrões internacionais de integridade digital. O laudo atesta que não houve qualquer quebra na cadeia de custódia, assegurando a validade judicial das evidências.

A polícia também informou que outras publicações do “Anápolis na Roda” serão cruzadas com mensagens do grupo “Café com Pimenta”. A investigação agora se concentra em identificar outros possíveis agentes públicos envolvidos. Segundo os registros da delegacia, o perfil anônimo teria atingido até 50 vítimas diferentes.

Corrêa não foi localizado para comentar o assunto.

Confira a representação abaixo.


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