Em véspera de convenções partidárias, representantes do PSDB apresentam-se apáticos e divididos. Em entrevista à Rádio 730, o presidente do diretório metropolitano, deputado estadual Fábio Sousa, reforçou seu discurso distante em relação ao processo eleitoral. “Acho que nosso candidato, Leonardo Vilela, está articulando para consolidação de uma base partidária. Imagino que seus esforços estejam voltados para isso”, disse o deputado com sobra de incertezas até para as questões mais simples. Desistiram? Nion Albernaz, o conselheiro político, acredita na vitória. Parece ser o único. Mas e os eleitores, lembram-se de Nion Albernaz?
Ao que tudo indica, ou melhor, pelo que todos escancaram, o clima político não é dos melhores dentro da base governista na Capital goiana. A conquista do Executivo parece cada vez mais distante. O que se aproxima é o 12° aniversário da prefeitura de Goiânia sem o PSDB. Marconi nunca elegeu um prefeito na capital. O primeiro governador em Goiás que só funciona como cabo eleitoral para si mesmo.
A desculpa para as últimas derrotas é basicamente uma: Iris Rezende (PMDB). Fora do páreo, porém, o ex-prefeito seria hoje o menor problema dos tucanos. Além de concorrerem com quem tem a máquina pública nas mãos, eles precisam resolver conflitos internos, recuperar a imagem do partido com a população, emancipar-se do governador do Estado, atolado atualmente no escândalo Cachoeira, e, posteriormente, construir uma campanha eleitoral eficiente. “Não temos tempo para muita coisa”, diz o presidente metropolitano. Entregaram os pontos.
Das declarações dos que almejavam esta vaga no PSDB, há pouco mais de cinco meses, tiramos a mesma conclusão. “No jogo perdido, melhor Leonardo que eu”. Ninguém quer entrar pra perder. Outro que também não quer saber de guerra civil no partido é o governador. Está ocupado demais com CPI, venda de casa, demissões em massa, chantagem de deputados e secretários, quebra de sigilo bancário e telefônico… Dor de cabeça? Não faltarás!
Abandonado, o PSDB desiste, aos poucos, das eleições municipais em Goiânia. Sua maior serventia, atualmente, é a manutenção do espírito político do que desistiu, em 1999, da carreira política. Nion não quis disputar a reeleição quando teve a oportunidade, mas encontrou aposento para seus ideais políticos do século passado: o conselho estratégico montado por Marconi Perillo.
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