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Categorias: Política
| Em 12 anos atrás

Friboi muda os rumos da oposição

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O reporter Daniel Gondim analisa a possivel mudança de partido de Junior do Friboi ( hoje no PSB), ele foi convidado pelo PMDB para entrar no partido.

O empresário esta trabalhando desde 2011 para ser candidato ao governo de Goiás. Ele apoiou em 2012, vários candidatos a prefeito do PMDB e tem a simpatia de boa parte da bancada estadual e federal do partido. Friboi no PMDB é um fator que muda o cenário da oposiçao em Goiás.

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Friboi mexe com a oposição em Goiás

Daniel Gondim – Repórter de Política (Publicado originalmente no www.tribunadoplanalto.com.br)

O PMDB se prepara para movimentar uma peça que irá alterar o tabuleiro da sucessão em Goiás. Depois de idas e vindas, o empresário Júnior do Friboi (PSB) está próximo de se filiar à legenda, reforçando a intenção dele e do PMDB em encabeçar a chapa ao governo em 2014.

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Enquanto o PMDB não possui um nome forte para concorrer ao governo, à exceção do ex-prefeito Iris Rezende, Friboi também tem problemas para se viabilizar no modesto PSB. Assim, o ‘casamento’ deverá se firmar em breve. Mesmo com as boas-vindas dos peemedebistas, porém, Júnior terá muito trabalho pela frente para viabilizar seu projeto de disputer o Palácio das Esmeraldas no próximo ano.

A intenção principal do empresário é disputar o governo, como indicam os sinais deixados por ele ao longo dos dois últimos anos. Nas entrevistas, ele é taxativo ao afirmar essa vontade. As ações também demonstram isso, já que, em 2012, ele percorreu o Estado fomentando campanhas de prefeitos, já em um trabalho de capilaridade eleitoral. Pelo lado do PMDB, concretizando a filiação do empresário, o partido terá condições de pacificar as disputas internas e trabalhar em torno de um só nome.

Atualmente, o PMDB vê embate entre a ala jovem, que defende a renovação, e o segmento mais tradicional, que ainda vê no ex-prefeito de Goiânia e ex-governador de Goiás, Iris Rezende, um nome com condições para disputar uma vez mais o governo do Estado. Além disso, externamente, o partido vê crescer a vontade do PT de bancar uma candidatura própria, quebrando a hegemonia peemedebista.

Por isso, a filiação de Júnior deve manter o PMDB com o papel de protagonista entre os partidos de oposição. Como o partido não abre mão de lançar uma candidatura própria, Friboi, se conseguir viabilidade, tem tudo para agradar tanto os dois lados. A ala jovem já é grande entusiasta da vinda do empresário, enquanto os setores mais tradicionais podem ser conquistados.

Nesse sentido, o empresário já dá as primeiras indicações. Por iniciativa própria, ele teria procurado Iris Rezende e a mulher, a deputada federal Iris de Araújo, para conversar sobre sua filiação. Além disso, ele foi convidado pela parlamentar para participar da caravana das oposições, realizada na sexta, 12, e que visitou municípios na região do Vale do São Patrício. Friboi só não participou por estar em viagem, mas garantiu presença nas próximas caravanas. Assim, os próximos movimentos de Júnior serão decisivos e mexem com toda a articulação de oposição ao atual governador.

Retomada
O ‘romance’ entre Júnior e o PMDB não é recente. No fim do ano passado, o partido teria feito um convite de filiação ao empresário, que, no entanto, não aceitou. Nas últimas semanas, porém, Friboi teria procurado lideranças do partido para retomar o assunto. Na segunda, 8, durante uma reunião da executiva regional da sigla, a filiação do empresário foi um dos assuntos mais discutidos.

“Tínhamos outros assuntos para tratar, não foi só para falar sobre o Júnior. Em um determinado momento, o assunto veio à tona e falamos sobre isso. Todos acham que ele é um excelente nome, que vai engrandecer o partido. A bola está com ele, a filiação só depende do próprio Júnior agora”, confirma o president regional do PMDB, deputado Samuel Belchior.

Júnior está em viagem de negócios aos Estados Unidos e Austrália desde o fim de março. A volta dele estava programada para a sexta, 12, quando seria avisado das intenções peemedebistas. Por isso, há uma expectativa de que nesta semana ele se pronuncie sobre o assunto. Dentro do PMDB, a expectativa é a de que ele se filie o mais rápido possível.

“Para nós, não adianta que ele se filie em setembro para ser candidato, porque não será. Quanto antes melhor, pois ele já vai viajando, visitando e articulando”, alerta um peemedebista. O aviso pode servir para que Friboi entenda que, apesar de estar sendo recebido com tapete vermelho pelo PMDB, não há garantias de que ele será o candidato em 2014.

“Ele chega ao partido para ser um soldado. Vai ser o trabalho desenvolvido por ele que vai determinar onde ele estará nas eleições”, explica Samuel Belchior. Toda a cautela dos peemedebistas sobre a garantia de que Júnior será o candidato tem explicação. No passado, outras lideranças se filiaram com intenção de disputar o governo, mas, no fim, acabaram fracassando nos planos.

Os casos mais recentes são os do ex-presidente do Banco Central, Henrique Meirelles (PSD-SP), e do ex-prefeito de Senador Canedo e candidato ao governo em 2010, Van­derlan Cardoso (sem partido). Meirelles foi preterido na escolha do candidato em 2010, quando o partido lançou Iris Rezende. Já Vanderlan se filiou ao PMDB em meados de 2011 e o deixou um ano depois, reclamando da falta de espaço.

No entanto, internamente, os peemedebistas avaliam que tanto Meirelles como Vanderlan não souberam se articular, perdendo espaço. O ex-presidente do BC, que se filiou em 2009, era apontado como favorito para ser o nome do partido em 2010, mas, teria ficado indeciso, abrindo espaço para que fosse articulada a candidatura de Iris. Em 2011, descontente com a decisão, deixou a sigla.

Vanderlan, por sua vez, nem esperou chegar o período eleitoral. Filiado em 2011, ele começou bem dentro do PMDB, fazendo viagens pelo interior em busca de capilaridade. Um ano depois, porém, anunciou sua desfiliação. Por causa das duas experiências mal sucedidas, Júnior já deve estar ciente de que terá de buscar seu espaço.

Devido a isso, ele, que antes só aceitava a candidatura ao governo, já admitiria outro espaço na chapa majoritária. Pessoas próximas ao empresário afirmam que, ao procurar Iris Rezende, Júnior teria deixado clara a possibilidade de ser vice do peemedebista, caso ele decida se candidatar novamente.

Uma candidatura de Iris ao governo, tendo Friboi como vice, poderia dar ao empresário a bagagem política de que ele ainda recente. Porém, essa possibilidade não passa de especulação. De um lado, Júnior do Friboi trabalha para se viabilizar ao governo; de outro, o ex-prefeito ainda não demonstrou intenção de ser candidato novamente.

Articulação
Uma vez filiado, Júnior não terá de começar do zero dentro da nova sigla. Em 2012, no período das eleições municipais, o empresário percorreu o Estado fomentando candidaturas de prefeitos, em sua maioria de oposição. No PMDB, por exemplo, ele esteve por trás de candidaturas em cidades importantes como Porangatu, Mineiros e Jataí, onde o partido saiu vitorioso, e também em Itumbiara e Formosa, onde os peemedebistas foram derrotados.

Segundo informações de aliados, Friboi teria gasto em torno de R$ 30 milhões para apoiar candidaturas a prefeito pelo Estado. O resultado já começa a aparecer. Em Porangatu, o prefeito Eronildo Valadares (PMDB) diz receber o empresário de braços abertos. “Ele é a salvação do PMDB. Não que o partido não tenha nomes, mas nenhum tem a competitividade que o Júnior tem”, ressalta.

Nas articulações pelo interior, Júnior teve apoio de lideranças do PMDB, que acabaram tornando-se entusiastas da filiação do empresário. No Sudoeste, por exemplo, o deputado federal Leandro Vilela articulou a ajuda aos prefeitos da região, como Humberto Machado, em Jataí, e Agenor Rezende, em Mineiros. No Nordeste goiano, Friboi teve a companhia do também deputado federal Pedro Chaves.

No Entorno de Brasília, o candidato a prefeito de Formosa Ernesto Roller (PMDB), ex-secretário de Segurança Pública na gestão do ex-governador Alcides Rodrigues (PP), foi uma das lideranças que teve o apoio de Júnior. Segundo o peemedebista, a vinda do empresário fortalece o projeto do PMDB para 2014.

“Vejo com muita alegria essa vinda do Júnior. Com ele, o PMDB fica ainda mais apto a participar ativamente da discussão por 2014”, conta Roller, que, no entanto, não vê lacuna de liderança dentro do PMDB. “Não é só uma questão de novo contra o velho. O PMDB está buscando novos quadros, quer se fortalecer”, explica.

Todo o apoio distribuído em 2012 já surtiu efeito. “Aqui na região, todos os prefeitos que o Júnior apoiou fizeram uma carta formal de apoio à filiação dele ao PMDB. Essa carta foi enviada para o diretório e, na minha opinião, o partido está de parabéns por filiar o Júnior”, conta Eronildo Valadares.

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