Ministro, no entanto, se recusou a citar medidas específicas e ressaltou que o que mais preocupa
o governo no momento á situação dos países europeus
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta quinta-feira (10), que o governo tem “lastro” para anunciar novas medidas de estímulo à economia brasileira, ao contrário do que acontece nos países desenvolvidos.
Disse, no entanto, que não iria citar medidas específicas, após ser questionado sobre a possibilidade de mudanças nos compulsórios bancários ou redução de tributos. “Vocês mesmos falam na imprensa todo dia. Várias daquelas medidas podem ser tomadas e nós estaremos tomando”, disse.
“O Brasil tem muita política para fazer, tem muito lastro para fazer. Essa é a nossa diferença. E usando instrumentos que nós temos podemos assegurar que a economia vai crescer neste ano mais que no ano passado”, afirmou.
Situação internacional
Mantega afirmou que o que preocupa mais o governo brasileiro é a situação internacional, em especial dos países europeus, “que estão se defrontando hoje com um agravamento da crise”.
“Está agora sendo demonstrado que a estratégia de só fazer ajuste fiscal não funciona”, afirmou. “Eles estão se deparando com essa dura realidade que, aliás, já derrubou vários presidentes e primeiros-ministros”, completou, referindo-se aos desdobramentos políticos na Europa em meio à crise das dívidas soberanas. Segundo Mantega, os governos europeus vão ter de rever essa estratégia, sob pena de afetarem a si próprios. “Temos de novo problemas na Espanha e na Grécia.”
O ministro disse ainda que o presidente eleito na França, François Hollande, está com uma posição correta, pois até agora “a austeridade só levou a mais austeridade”. “É preciso também dar estímulos à economia.”
Banco Central
O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, negou que esteja em estudo na instituição um projeto para reduzir os compulsórios dos bancos.
“O governo certamente tem, certamente, todos os instrumentos, e se algum dia precisar ajustar alguns de seus instrumentos, certamente os senhores saberão. No momento, não há nada nesse sentido”, afirmou Tombini. (Agência Brasil)