Mais de 60% dos brasileiros não querem nem o presidente Lula (PT) nem o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como candidatos à Presidência da República em 2026, aponta nova rodada da pesquisa da Quaest, encomendada pela Genial Investimentos e divulgada nesta quinta-feira (5). Por outro lado, os eleitores têm mais medo de Bolsonaro voltar do que de uma reeleição de Lula.
O levantamento registra que 66% dos entrevistados acreditam que Lula não deve tentar a reeleição. O número é um salto de 13 pontos percentuais em relação a julho de 2024, quando o índice era de 53%. Atualmente 32% defendem que o petista busque um novo mandato, mas essa preferência vem caindo desde 2024.
Já Bolsonaro tem um ponto percentual a menos que Lula nesta rodada da Quaest. Ou seja, 65% acham que ele deveria abrir mão da candidatura. Apenas 26% ainda apoiam a participação do ex-presidente, mesmo com sua atual condição de inelegível.
Medo de Bolsonaro voltar
Ao serem perguntados sobre qual gestão dos dois políticos os eleitores que mais temem, 45% disseram ter mais medo de um retorno de Bolsonaro à Presidência. Já 40% disseram temer a continuidade de Lula no cargo. Outros 7% disseram temer ambos os cenários.
O cientista político Felipe Nunes, CEO da Quaest, sinalizou que o recado do eleitor foi claro: “Pela primeira vez a rejeição ao governo está se transformando em rejeição eleitoral a Lula, alavancando as candidaturas dos potenciais herdeiros de Bolsonaro. Todos aparecem crescendo ou já empatados na margem com Lula”, afirmou nesta quinta.
Na avaliação de Nunes, há uma rejeição consolidada dos dois polos, o que ele chama de “calcificação”. “Só de ser o anti-Lula o candidato já tem potencial de 40%. Assim como o candidato anti-Bolsonaro tende a ter potencial de 45%. O medo de que o outro lado vença, força uma escolha pela rejeição”, explica.
Caiado
Também no caso do governador de Goiás, Ronaldo Caiado (UB), um dos que disputam o espólio de Bolsonaro, a pesquisa não foi positiva. À frente somente de Romeu Zema (Novo), Caiado, continua entre os mais preteridos para substituir o ex-presidente numa disputa.
Ele tem 4% das indicações para suceder Bolsonaro como candidato da direita em 2026, contra Michelle Bolsonaro (PL): 44%; Tarcísio de Freitas (Republicanos): 17%; Eduardo Bolsonaro (PL): 10%; Pablo Marçal (PRTB): 6%; Ratinho Jr. (PSD): 5%; Eduardo Leite (PSD): 5%; não sabe/não respondeu: 5%; outros: 2%; Romeu Zema (Novo): 1%; nenhum desses: 1%.
Inelegível
Bolsonaro aparece nas pesquisas mas está inelegível por oito anos desde junho de 2023. A decisão, cuja contagem começa nas eleições de 2022, foi tomada pelo plenário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Por cinco votos a dois, os ministros reconheceram que o ex-presidente praticou abuso de poder político e usou indevidamente os meios de comunicação durante reunião realizada no Palácio da Alvorada com embaixadores estrangeiros no dia 18 de julho de 2022. Com isso, Bolsonaro só poderá se candidatar a cargo eletivo em 2030.
Além disso, ele também é réu em processo por tentativa de golpe de Estado e deverá ser julgado ainda este ano.
Dados da pesquisa
A pesquisa ouviu 2.004 brasileiros, em questionário aplicado pessoalmente. Os dados foram coletados entre os dias 29 de maio e 1º de junho, de acordo com a Quaest. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
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