Não são de hoje os rumores de fragilidade na aliança política entre o PT e o PMDB em Goiás e no Brasil. Mas o que comumente ficava nos bastidores tomou ares públicos na véspera do ano eleitoral.
Aqui, pela divergência no cenário em que o empresário José Batista Júnior, o Júnior do Friboi, apresenta-se como pré-candidato do PMDB ao governo do Estado. Acolá, pela reunião de fatores regionais que levam à pressão contra a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT).
E foi assim que, no embalo das discussões, o presidente nacional do PT, Rui Falcão, confrontou o senador José Sarney (PMDB) ao declarar, na tarde deste domingo, 23, apoio do partido ao pré-candidato Flávio Dino (PCdoB) ao governo do Maranhão. Dino é inimigo histórico de Sarney no Estado.
No Rio de Janeiro, os petistas já declaram apoio “incondicional” ao senador Lindberg Farias (PT) em detrimento da pré-candidatura, já anunciada, do PMDB.
E assim foi, como é a aliança para os dois partidos: elefantes em loja de cristais.
Os confrontos, incitados na tarde de domingo, ameaçam agora o apoio do PMDB à reeleição da presidente Dilma. Na articulação, o ex-presidente Lula já entrou em ação e convidou Falcão para uma conversa. Tudo indica que será enquadrado.
Ah, e em Goiás fica o recado de Ceser Donisete na Tribuna do Planalto desta semana: o mais importante é eleger Dilma, mas o PT pode ter candidato próprio. Viu, Friboi.
Detalhe: a ameaça de Friboi em não apoiar Dilma é nada com nada: afinal, se fizer isso e PMDB fechar aliança nacional com o PT, Friboi seria pego flagrante em caso de infidelidade explícita.
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