O presidente do SindiGoiânia, Ronaldo Gonzaga, se mostrou enfático em entrevista ao Diário de Goiás nesta quarta-feira (15), criticando duramente as atitudes da administração municipal diante dos servidores públicos. Gonzaga argumentou que Mabel está criando um conflito desnecessário com a classe trabalhadora ao afirmar, de maneira simplista, que mais de mil servidores, que retornaram ao trabalho após comunicarem o fim de suas licenças médicas, foram “curados”.
Para o líder sindical, esse tipo de declaração é equivocada e perigosa, pois, segundo ele, acaba colocando todos os servidores no mesmo “balaio” e gerando uma falsa ideia de que o problema da cidade está nas mãos dos trabalhadores públicos. Gonzaga frisou que, embora o prefeito se refira a uma crise financeira, ele ainda não apresentou dados concretos que comprovem a alegação, e, para ele, a crise não é culpa dos servidores.
“O problema não é do servidor”, afirmou, destacando que a guerra que Mabel está travando contra os trabalhadores públicos é injusta e desnecessária. O presidente do sindicato também criticou a forma como a administração tem tratado os servidores da saúde, que estão há cinco meses sem receber vale-alimentação, enfrentando sérias dificuldades financeiras. “Tem servidor que não tem o que comer”, lamentou Gonzaga, reforçando que a situação está além de qualquer justificativa financeira apresentada pela prefeitura.
Não estou aqui para defender servidor malandro, mas para proteger aqueles que realmente trabalham e fazem a máquina pública funcionar.
Reunião com Mabel
Em recente reunião entre Ronaldo Gonzaga e o prefeito Sandro Mabel, o líder sindical cobrou ações concretas para melhorar as condições de trabalho dos servidores públicos de Goiânia. Gonzaga destacou que, durante o encontro, Mabel prometeu chamar o sindicato para tratar diretamente das questões dos servidores, além de revisar algumas demandas relacionadas ao decreto.
No entanto, o presidente do sindicato expressou sua decepção, afirmando que até o momento o prefeito não tem demonstrado compreensão real sobre as necessidades dos servidores públicos. Embora Mabel tenha se comprometido a chamar o sindicato para negociações futuras, a reunião terminou sem soluções definitivas. Gonzaga explicou que continuará vigilante, aguardando que as promessas feitas pelo prefeito se concretizem em ações eficazes.
Protestos e greve
Durante a entrevista, Gonzaga falou sobre a possibilidade de greve entre os servidores, especialmente os da Comurg e da SEINFRA. Segundo ele, uma assembleia será realizada amanhã, às 6 horas da manhã, para decidir os próximos passos. “O servidor está querendo parar. Eles estão na batalha, cuidando da cidade enquanto a gestão não oferece apoio”, explicou o presidente do sindicato. Ele também destacou que, apesar das tensões, a greve é uma medida extrema que precisa ser avaliada com cuidado. “A greve é ruim para todos: para o servidor, para a administração e para a população.”
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