A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Cibernéticos (DERCC) oficiou o Condomínio Aldeia do Vale e o aplicativo iFood a prestar informações sobre a usuária que cometeu crime de racismo contra o entregador Elson Oliveira na noite do último domingo (25).
Os principais objetivos são verificar se o CPF e o nome utilizados pela usuária são autênticos. Em nota, a administração do condomínio afirmou que o endereço fornecido não pertence a uma casa do residencial. Em coletiva nesta quarta-feira (28), a delegada Sabrina Lélis, titular da DERCC, afirmou que a investigação está no início e não descartou a possibilidade de um perfil falso.
“A polícia trabalha com essa possibilidade sim. Até mesmo porque os dados que constam em um perfil de aplicativo são os dados que o usuário quis fornecer. Temos que verificar se o nome é compatível com o CPF indicado. Os dados técnicos que o aplicativo poderá trazer indicam que algum dos dados é verdadeiro ou não?”, questionou a delegada.
Ela reforçou que o crime investigado é de racismo, portanto, imprescritível. Ela citou que a investigação é complexa, mas garantiu que a “polícia também tem acesso a ferramentas que poderão informar a verdade sobre os fatos”. “As investigações são complexas, mas no dia a dia temos demonstrado que é possível sim identificar os autores dos crimes cometidos pela internet”, completou.
O iFood disse, em nota, que atos de discriminação racial devem e serão repudiados. “Nestes casos, para evitar novas ocorrências, a empresa bloqueia o usuário imediatamente e oferece suporte à vítima”.
Segundo o aplicativo, a legislação brasileira impede o compartilhamento de dados pessoais de consumidores e entregadores sem ofício ou ordem judicial de autoridade competenta. A nota afirma que a empresa “está em contato com o responsável pela investigação do caso e à disposição para colaborar na medida da lei”.