Mesmo o PMDB trabalhando para achar um nome para a disputa pelo governo do estado em 2014, existem 3 alas no partido que estão se movimentando, uma delas é a que defende a candidatura própria com o nome do líder maior Iris Rezende, a outra fala em um nome nome para a disputa em 2014, e existe um grupo que pensa em apoiar a candidatura de Paulo Garcia na disputa.
“Não acho, definitivamente. Pessoalmente, lutarei contra isso [o apoio do PMDB a Paulo]. A militância do PMDB exige um candidato próprio”, afirma um dos líderes da ala histórica do PMDB o ex-secretario geral do partido Kid Neto.
Paulo Garcia tem o nome fortalecido porque o PMDB ganharia a prefeitura caso ele saia candidato.
Acompanhe a reportagem do jornal tribuna do Planalto.
PMDB não aposta em Paulo Garcia
Próximo de Iris Rezende, prefeito de Goiânia teria a intenção de ser candidato ao governo, mas peemedebistas preferem viabilizar nome próprio
Daniel Gondim – Repórter de Política
O PMDB vê com ressalvas um apoio para que o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia (PT), seja o candidato da oposição ao governo em 2014. A hipótese começou a ganhar força devido a proximidade do petista com o ex-governador Iris Rezende (PMDB), mas os peemedebistas ainda não se empolgam com a possibilidade. A ideia é que a sigla, que tem cabeça de chapa para o governo desde 1982, mantenha a tradição e lance um nome próprio também no próximo ano.
Apesar da aliança PT-PMDB ter funcionado para eleger Paulo Garcia em 2012, o lado peemedebista não quer que ela se repita para o governo. A Tribuna ouviu peemedebistas, que são taxativos em afirmar que o partido irá trabalhar por um nome próprio para concorrer ao Palácio das Esmeraldas.
“Não acho, definitivamente. Pessoalmente, lutarei contra isso [o apoio do PMDB a Paulo]. A militância do PMDB exige um candidato próprio”, afirma o ex-secretário-geral do partido, Kid Neto, um expoente da chamada“velha guarda”, formada por lideranças históricas do partido.
O pensamento de Kid é reflexo de um sentimento forte dentro do PMDB. O problema é que o partido, atualmente, vê uma disputa intensa entre quem defende mais uma candidatura de Iris Rezende para o Palácio das Esmeraldas e quem prefira um nome novo. Sem entrar em consenso, as duas alas deixam a sigla à deriva, abrindo espaço para o surgimento de lideranças em outras legendas de oposição ao governo.
Com o impasse, o nome de Paulo começou a ganhar força nos bastidores por uma razão principal: quando virou vice-prefeito, em 2008, Paulo Garcia se aproximou muito de Iris. Hoje Paulo e Iris tem uma afinidade inabalável. Como tem grande influência no partido, o peemedebista, caso não seja candidato e não enxergue nos novos nomes uma possibilidade, poderia bancar o petista.
No entanto, mesmo que Iris consiga mesmo convencer politicamente o PMDB a apoiar Paulo, os peemedebistas teriam ressalvas de ordem administrativa contra o petista. “Ele [Paulo Garcia] ainda não tem uma marca. Ele ficou dois anos na prefeitura, mas não conseguiu ter uma grande administração. Justamente por isso que é difícil pensar que em pouco mais de um ano ele conseguirá mudar isso”, atesta uma liderança do partido que prefere o anonimato.
Troca
Além da proximidade de Iris e Paulo, um argumento que poderia convencer os peemedebistas é que, caso o petista seja candidato ao governo, terá de deixar o cargo de prefeito. Com isso, o PMDB, com o vice-prefeito Agenor Mariano, assumiria o Paço Municipal, voltando a comandar a prefeitura da capital – numa inversão do que ocorreu em 2010, quando Iris deixou o Paço para o petista e candidatou-se ao governo.
Isso, porém, não seria suficiente para os peemedebistas.“Não trocamos um mandato de governador por meio mandato na prefeitura de Goiânia”, resume Kid. “Isso não pode ser colocado na mesa, não tem nem de entrar na discussão. O Paulo tem de ser candidato se tiver viabilidade”,defende o ex-prefeito de Goianésia e ex-deputado estadual, Gilberto Naves. “Isso pode ser do interesse do PMDB de Goiânia, mas não é do PMDB de Goiás”, sentencia o ex-prefeito de Quirinópolis Gilmar Alves.
Além da volta à prefeitura de Goiânia
não empolgar, o veto ao nome de Paulo seria motivado também por uma defesa dos interesses peemedebistas. “Nós não fazemos reparo ao Paulo. Temos um grande apreço por ele, que conquistou os peemedebistas como vice-prefeito e também como prefeito, mas é que temos uma tradição de sempre lançar candidato ao governo”, defende Kid Neto.
O respaldo ao argumento de Kid é histórico. Desde 1982 com Iris, o PMDB tem um candidato ao governo de Goiás.
Em 1986, o candidato foi Henrique Santillo, enquanto em 1990, Iris voltou a disputar o cargo. Em 1994, foi a vez de Maguito, com Iris de volta em 1998. Maguito tentou de novo em 2002 e 2006, com Iris em 2010 sendo o último da lista.
É justamente por causa disso que os peemedebistas ainda não dão o braço a torcer sobre um apoio a um candidato de outro partido.
“O PMDB é oposição por convicção. O PT, hoje, também é oposição. O Vanderlan ainda não é oposição, assim como o Caiado, que fala que é, mas nunca foi. Mesmo brigado, acaba junto com o Marconi e ainda consegue colocar o vice”, explica Kid Neto.
Estratégia
Apesar do discurso, o PMDB terá de correr contra o tempo para manter a tradição de ter a cabeça de chapa. Para isso, o partido já sabe o caminho, que é o de superar as disputas internas e definir um nome. A discussão sobre a candidatura ou não de Iris Rezende, portanto, teria de ser decidida agora, dando tempo para que a sigla buscasse alternativa caso o nome do ex-prefeito fosse descartado.
Como a decisão não será tomada por agora, a solução é deixar Iris em “stand-by” e criar um nome novo. Eleito presidente do diretório regional do partido, o deputado estadual Samuel Belchior declarou, em entrevista à Tribuna em dezembro, que serão feitas viagens pelo interior para organizar a sigla pensando em 2014.
Se, apesar dos esforços, o PMDB não chegar a um consenso, a solução será mesmo de apoiar um nome de outro partido. Nesse sentido, talvez ainda sobre uma esperança para o sonho de Paulo Garcia ser o candidato da oposição abençoado por Iris Rezende. “Eu acho que o PMDB tem que ter um nome, mas também acho o Paulo Garcia extremamente competitivo. A população quer renovação e ele pode representar isso, mas também precisa ter uma administração um pouco melhor”, avalia uma liderança peemedebista.
Nomes peemedebistas para 2014
Iris Rezende
* Idade: 79 anos
* Cargo: nenhum
* Situação: O peemedebista ainda é a grande nome do partido em Goiás. Com dois mandatos como prefeito de Goiânia e outros dois como governador do Estado, ele é sempre citado quando o assunto é o Palácio das Esmeraldas. Embora há quem defenda a renovação, a sigla ainda não aparenta ter um nome que seja a referência que Iris é.
Se Iris não for candidato, os peemedebistas sugerem:
Agenor Rezende
* Idade: 68 anos
* cargo: prefeito de Mineiros
* Situação: Foi vice no segundo mandato de Iris como governador, assumindo o cargo nos últimos nove meses de 1994, quando o ex-prefeito de Goiânia deixou o Palácio das Esmeraldas para ser candidato ao Senado. Depois de ficar afastado da política, voltou aos holofotes na eleição municipal do ano passado, quando venceu a disputa pela prefeitura de Mineiros.
Gilmar Alves
* Idade: 54 anos
* cargo: ex-prefeito de Quirinópolis
* Situação: Após dois mandatos, o peemedebista deixou a prefeitura, mas não conseguiu eleger o sucessor. Ainda ativo politicamente, ocupa cargo na Federação Goiana dos Municípios (FGM) e, com prestígio na entidade, teria o apoio de mais de 100 prefeitos goianos para ser o nome do partido em 2014. No entanto, ainda não é conhecido em todo o Estado.
Humberto Machado
* Idade: 52 anos
* cargo: prefeito de Jataí
* Situação: O peemedebista é visto pelos colegas como um administrador eficiente. Reeleito com folga para o segundo mandato consecutivo, é bem avaliado pela população jataiense, principalmente pelas obras feitas na cidade. No entanto, teria dificuldades para aglutinar outras correntes internas, além de ser desconhecido em outras partes do Estado.
Samuel Belchior
* Idade: 33 anos
* Cargo: deputado estadual e presidente do diretório regional
* Situação: Dos nomes citados, é o que representaria melhor a chamada renovação peemedebista. No segundo mandato na Assembleia, assumiu também o diretório regional com o objetivo de preparar a legenda para 2014. Ele nega a intenção de ser candidato, mas ao percorrer o Estado se tornaria mais conhecido e poderia se viabilizar.
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“Eu não vejo isso dentro do PMDB ainda. Eu acredito que o partido tem que trabalhar por um nome próprio, pois ele tem pessoas capacitadas para disputar o governo em 2014”
Daniel Vilela, deputado estadual
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“É muito prematuro falar em apoio a outros candidatos nesse momento. Acreditamos que o PMDB vai trabalhar para ter um candidato próprio”
Gilmar Alves, ex-prefeito de Quirinópolis
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“Tem que ser um projeto político, não pessoal. Tem que ser sem vaidades, sem imposição. Se o melhor nome tiver no PT, tem que abraçar, essa é a lógica”
Gilberto Naves, ex-prefeito de Goianésia
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“Não acho, definitivamente. Pessoalmente, lutarei contra isso[o apoio do PMDB a Paulo]. A militância do PMDB exige um candidato próprio”
Kid Netto, ex-secretário-geral do PMDB
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