O clima interno no PMDB é de guerra. Fato velho. A novidade são os agentes da atual batalha. A nova polarização é entre Iris Rezende e o prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela. Um verdadeiro confronto eleitoral declarado entre ex-governadores que querem voltar ao cargo.
No novo cenário, o embate entre José Batista Júnior, o Júnior do Friboi, e Iris, é minimizado. Incluem-se no segundo plano da disputa interna da oposição a rixa com o prefeito de Anápolis, Antônio Gomide (PT), e o presidente da OAB, Henrique Tibúrcio.
Os aliados vivem divididos e em clima de desconfiança. Há quem credite a instabilidade da oposição à influência do governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O discurso de Friboi, Gomide e Tibúrcio é o mesmo: ‘O governador me garantiu que se eu for o candidato, ele não sairá à reeleição’.
A expectativa de tirar Marconi do pleito agita os ânimos dos governadoriáveis. O diálogo entre os oposicionistas obedece aos parâmetros do tucano. Como se houvesse um acordo. O governador só disputa o pleito se for com Iris Rezende. E o acordo segue mais plácido entre oposição e situação que entre os próprios oposicionistas.
No centro da batalha, outros agentes incendiários. O deputado federal Leandro Vilela (PMDB), sobrinho de Maguito, por exemplo, é tido como um dos articuladores da insatisfação contra Iris. A defesa que Leandro faz de prévias para a escolha do candidato e a animação que mostra em favor de Friboi são indicativas de uma estratégia que só se justifica tendo o prefeito de Aparecida de Goiânia por trás.
O objetivo seria tirar Iris do caminho. Para Friboi? Talvez. Mas pode ser para Maguito.
Depois de desgastado, com Iris e com Marconi, Friboi pode ser descartado e Maguito surgir como o ‘salvador da pátria’. A opção viável. O prefeito bem avaliado que trabalha calado em sua pré-campanha.
Na mídia, Maguito quase não é citado como possível candidato. Em Aparecida, no entanto, sua pré-candidatura é repetida em coro pela população. Sua vontade de ser candidato não é novidade. E basta olhar como tem aproveitado cada oportunidade de aparecer em ação como prefeito, para se ter a convicção de que se comporta como quem está prestes a disputar mais uma eleição.
E, em meio às tempestades, resta ao presidente estadual do partido, Samuel Belchior, a resolução dos impasses. Para ganhar tempo, Samuel cancelou os encontros regionais das próximas semanas. Fez isso para tentar aplacar os ânimos dos correligionários, pois não faltam manifestações de claques contra Iris Rezende.
Sim, contra. E estavam cada vez maiores as manifestações. São contra, pedindo Friboi candidato, forçando definição antecipada e defendendo prévias partidárias. Claque de maguitistas.
O presidente do partido tenta focar os esforços. Sabe que Friboi é uma pedra menor no caminho da unidade, já que não tem força política para comandar o partido. Maguito, por outro lado, tem. É um nome com história no PMDB. O prefeito conta ainda com líderes ligados a ele, como Leandro Vilela, Daniel Vilela, Pedro Chaves, Sandro Mabel e outros, que se movimentam contra Iris.
E há uma preocupação ainda maior, caso ele esteja disposto, se não for candidato a governador, a atrapalhar os planos de quem for. A proximidade de Maguito com Marconi alimenta essa visão entre os peemedebistas. Pode estar pensando mais longe. Em 2018 – quem sabe?
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