07 de agosto de 2024
Lênia Soares

Palácio invadido. Povo arrependido?

O “Fora Marconi” agora é literal.

Mais do que palavra de ordem, é ação e reação.

Policiais Civis, fardados com a insatisfação de um povo cansado do descaso governamental, esta semana foram às ruas fazer acontecer.

Saíram em busca do poder que lhes pertence, na democracia. E tomaram o Poder de voz.

Em ação não planejada, lotaram o Palácio Pedro Ludovico Teixeira, sede do Executivo goiano, e executaram suas vontades.

Deram cor e vida à vontade popular. Se uniram no grito de “chega!”. Em coro.

Os policiais tomaram a decisão ao ouvir do presidente do Sindipol, Silveira Alves, que a resposta do Governo aos anseios da categoria é um destoante “não”.

“Eles disseram que não têm condições de cumprir com as negociações. Não honraram os compromissos. Se comportaram como verdadeiros cretinos”, declarou o presidente.

Aí surgiu a reação. O povo sabe o que faz.

Os policiais reagiram com a firmeza e com a força das ruas contra o que entendem ser desprezo de um Governo que sempre se vangloriou de agir voltado para o povo e pelo povo.

Mostraram que compromisso social vai além dos 30 minutos dispensados para o ‘Governo junto de você’. Que é mais que divulgação em massa de fotografias que reproduzem abraços e sorrisos combinados.

A reação do povo foi fruto do improviso. E do basta incontido.

Salta dos olhos indignados e descontentes e acerta vidraças em atos explosivos de raiva revolvida.

A agonia já não cabe mais em si. Ela reclama. Avança. E roga em sintonia: “Fora Marconi!”

Em outro tom: além de atos de juventude, ou dos mestres sem carinho. Todos juntos. E misturados.

O mesmo povo que deu nas urnas o Poder, deixa claro que não se sente no poder. “Ele não me representa”, gritou nesta terça, do meio da manifestação, uma policial civil.

“Ele não voltará ao Governo”, disse outra no meio da multidão.

Desde o primeiro Fora Marconi passaram-se mais de dois anos. A realidade: ninguém está dormindo em berço esplêndido. As reclamações não se calaram. O sentimento está vivamente solto na boca do povo.

Resta saber se o grito do povo que, unido, jamais será vencido, vai ecoar na eleição.


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