15 de novembro de 2024
Lênia Soares

Oposição quer diálogo tipo “até que a intransigência nos separe”

Nada como o ‘bom e velho’ diálogo para garantir a democracia em um Estado de Direito. E como diria Millôr Fernandes, “democracia é quando eu mando em você, ditadura é quando você manda em mim”. Não à toa, o regime democrático é considerado o mais aceitável pela sociedade e é o termo com maior presença no discurso dos pré-candidatos ao governo de Goiás.

Há uma guerra em curso, mas todos estão abertos às conversas e possíveis alianças. Ideologias (?) à parte, a única condição dos caciques guerrilheiros é a cabeça da chapa. Nunca se viu tanta disposição… Para o comando. Todos querem.

Vanderlan Cardoso (PSB), que intensificou o discurso de oposição e tem feito duros ataques a Marconi Perillo (PSDB), em suas viagens pelo interior, quer o diálogo com o PMDB e o PT, mas não abre mão de ser candidato a governador no ano que vem, com o deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) como aliado.

Fortalecido, o empresário neossocialista trabalha firme para disputar o pleito. Faz reuniões semanais com seu marqueteiro para elaboração de um discurso consistente e percorre os municípios goianos em uma cruzada pela busca de uma chapa viável.

O PMDB, por sua vez, aceita conversar com Vanderlan – Iris Rezende já está até conversando! –, desde que fique estabelecido que o partido estará na cabeça de chapa.

José Batista Júnior, o Júnior do Friboi, mudou de partido com a pretensão de ser candidato ao governo. Qualquer coisa fora disso está, por seu turno, fora de cogitação. “Vim para somar, mas não aceitaria outro lugar na chapa que não fosse a cabeça”, já declarou Friboi.

O empresário peemedebista tem apoios de prefeitos e deputados estaduais, mas não conseguiu o aval de Iris e do PT, principal aliado. Petistas chegaram a declarar que apoiam Iris, mas, no caso de Júnior ser o candidato, o partido lançará nome próprio.   

Ronaldo Caiado quer vencer Marconi. Para isso, o democrata defende aliança ampla, só que não quer nem ouvir falar em PT. “É uma questão ideológica, os partidos possuem bases muito distintas”, explica. No fundo, uma vontade pessoal.

Nesta sexta-feira, 6, na coluna Giro, do Jornal O Popular, o petista Luís Cesar Bueno defendeu a aproximação com Caiado. No cenário atual, o PT segue como partido mais maleável. Um dia depois de Caiado desancar o partido com um discurso duro contra o programa Mais Médicos.

O deputado federal Rubens Otoni (PT) defendeu, em recente entrevista ao jornal Tribuna do Planalto, que o partido quer lançar candidato, mas está pronto para conversar e até mesmo abrir mão. Até com Caiado. Não. Seria o limite.

No geral, a intransigência domina a disposição dos oposicionistas e o diálogo segue travado. Os limites da concessão são maiores que os projetos pessoais.

A vontade de vencer Marconi Perillo não conseguiu, até o momento, ultrapassar as diferenças de opinião e pensamento. A razão ficou para o segundo plano da oposição.

Enquanto isso, o governador, sempre pragmático, atropela os problemas, desentendimentos, diferenças, dificuldades e foca a reeleição.

Neste momento, vale citar um velho e sábio amigo meu: “É preciso escolher entre ter razão ou ganhar a eleição.


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