26 de dezembro de 2024
Lênia Soares

Oposição? Quem disse?

O deputado estadual Luís Cesar Bueno (PT) protocolou, em nome da bancada de oposição, o pedido para instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar o programa Rodovida, do governo estadual.

O pulo do gato para aproveitar as dificuldades na infraestrutura goiana escancaradas na mídia e redes sociais.

Instaurada?

Não. Arquivada.

Foi para a gaveta junto com outros quatro pedidos parlamentares para formação de CPIs.

A justificativa dada pelo presidente da Casa, deputado Helder Valin (PSDB), para o arquivamento foi simples: falta de assinaturas.

Com 16 membros na oposição, a coleta de 14 nomes não obteve êxito.

E o maior estranhamento não foi o insucesso na instauração. É que ninguém assumiu ter retirado seu nome do requerimento. E mais: Valin não fez a menor questão de apresentar a prova dos fatos. Resguardou o sigilo dos parlamentares.

“Não tenho obrigação de dizer quem não concorda com criação da CPI. Se estão com dúvidas, que conversem com seus partidos ou façam outro requerimento e coletem novamente as assinaturas”, disse o presidente.

É… Ficou evidenciada a manobra que favoreceu o governo e os amedrontados da oposição.

Esta dita cuja que começou 2013 prometendo mundos e fundos e dois meses depois… Recuou a um quadro fosco, pobre, desqualificado e com prognóstico já visto em 2012.

A sucessão de escândalos que envolveu a administração estadual, o baixo nível dos debates das últimas eleições e a ausência de propostas factíveis para uma subversão no cenário político atual demonstram que a corrupção (e me refiro aqui a todo tipo de atos ilegais ou imorais) foi convertida em prática cotidiana que aprisiona todo campo político em Goiás.

Ninguém parece escapar. Quem tem rabo de palha não brinca com fogo.

É assim que cada dia mais a espera de qualquer indício de ameaça à estabilidade política do governador Marconi Perillo (PSDB) –  a não ser pelas atitudes do próprio – parece utópica.

E é também assim, com essa estratégia, que o referido grupo político pretende vencer o governador nas eleições de 2014. Perdendo – ou negociando a rendição – já na linha de largada.


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