08 de agosto de 2024
Lênia Soares • atualizado em 12/02/2020 às 23:40

“O projeto de Marconi ainda não se esgotou”, diz Vilmar Rocha

Um argumento, duas versões. Enquanto o deputado federal e presidente regional do PSD, Vilmar Rocha, comemora o leque de possiblidades administrativas na ‘manga’ do governador Marconi Perillo (PSDB), a oposição jacta-se do descumprimento das promessas.

“Sou a favor da alternância no Poder, mas quando o plano de governo está esgotado. O nosso não está. Prova disso é a grande quantidade de ações que ainda vamos promover para melhorar a Segurança Pública em Goiás. O ano de 2014 será o ano da Segurança”, afirmou o pessedista ao Jornal Realidade, na manhã desta segunda-feira, 6, repetindo exatamente o que disse o governador em entrevista coletiva na véspera do Natal.

Aos governistas, o discurso de continuidade de um projeto que sobrevive. À oposição, o argumento da ineficiência no cumprimento das promessas de um governo eleito e inacabado.

Aos eleitores, o crivo do que está além da persuasão.

Na entrevista, Vilmar Rocha foi além do otimismo e antecipou: “Marconi Perillo será candidato à reeleição e vai ganhar. Primeiro, porque faz um bom governo; segundo, porque a oposição não tem projeto.”

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Uma perspectiva abstrata, mas com respaldo no crescimento constante da avaliação positiva do governador nos últimos meses. Ponto. E, dois pontos: o pragmatismo de quem sabe que seu próprio projeto, o Senado, só se sustenta na reeleição do tucano.

Marconi tem, sim, o que comemorar. A recuperação de imagem, após um ano conturbado de escândalos e cobranças sociais, é fator positivo para qualquer administração. Mas ele ainda não chegou lá. Os números não são ideais. Então, Marconi, na mesma medida, tem com que se preocupar.

Contra os oposicionistas, porém, a falta de projetos talvez não seja o melhor argumento. Há seis meses da campanha eleitoral, quem tem compromisso com projeto é o governador do Estado. Compromisso assumido com o projeto eleito em 2010.

Para o governo, a hora é de pagar o prometido. Promessa (de campanha) é dívida (de governo).

Para os adversários, é hora de elaboração de suas propostas e concretização de suas bases. É o momento de oposição. De posicionamento. E aí não há o que comemorar.

O ano de 2013 se encerrou, para a oposição, com o discurso ausente. Com a dureza reversa dos ataques que não foram feitos. Com o vazio das críticas contundentes que não existiram.

Pelas bandas do Palácio das Esmeraldas, o desfecho foi outro. Vilmar Rocha classifica o sentimento dos governistas como “quase eufórico”. Sem atingir a plenitude da emoção, a base da gestão tucana respira aliviada a entrada de um 2014 com mais de R$ 11 bilhões – somente do Governo Federal! – para investimentos em obras por todo o Estado.

“Acreditamos que a avaliação de bom e ótimo do governador chegará em março com 45%. No decorrer de 2014 a tendência é só melhorar. Temos muitas obras para serem entregues e o objetivo deste ano é concluir todas até o dia 31 de dezembro”, acrescentou o deputado à Vinha FM.

Vilmar Rocha, sem perder sua diplomacia característica – ou com fina ironia, diante dos fatos -, ressaltou ainda a importância da oposição em um governo e agradeceu a iniciativa dos deputados que fiscalizaram as Organizações Sociais.

“Toda gestão precisa de oposição para auxiliar na fiscalização como um todo. Mas precisamos elevar o nível do debate. Precisamos de uma oposição qualificada”, reclamou.

Um desfecho sutil para quem entende que, hoje, o principal adversário de Marconi é Marconi e os riscos de um novo escândalo que pode ressurgir das cinzas de escândalos passados.

Mais: para quem sabe que oposição que não atrapalha, ajuda.

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