08 de agosto de 2024
Lênia Soares

Novos velhos e velhos novos: onde está a renovação do PMDB?

“Precisamos renovar!”

Eis o novo chavão da política goiana quando o assunto é eleição 2014.

Na situação ou oposição, sustenta-se o velho discurso da necessidade de algo novo. Vira e mexe, no entanto, quem entra na conversa? Iris Rezende (PMDB).

Basta falar em governo do Estado e o velho governador é lembrado como pré-candidato.

Lembrado e criticado, como símbolo da velha-guarda. Mas é lembrado…

Lembrado e colocado como ponto central da discussão.

Sua participação decisiva na disputa é quase um consenso.

A parte engraçada dessa história é que o lançamento da pré-candidatura de Iris é feito constantemente por terceiros.

Por rivais, que demonstram o medo da disputa no desdém de suas críticas, e por aliados, que também criticam, propagam um discurso de mudança, falam, falam, falam… Só falam.

O principal interessado na questão tem assistido – calado – a antecipação do espetáculo como um padre assiste à reza dos coroinhas.

E feito a sua parte, para se deixar como alternativa e como líder com coragem e força para ser o contraponto à situação estabelecida.

E o que se vê: são muitos os peemedebistas que cobram a participação de novos membros no pleito, mas ninguém põe a cara pra fora na hora de enfrentar o inimigo.

Ninguém, a não ser…

Esses peemedebistas parecem vibrar sonhando com a queda de um candidato direto do céu com destino ao diretório estadual do PMDB, aspecto jovial, sede – moderada, porque tem que compartilhar – de poder, coragem para enfrentar Marconi Perillo (PSDB) e resignação para se submeter às vontades do partido.

É… Gostando-se ou não, caros leitores, Iris tem sido mais novo que muitos novatos na vida pública deste Estado na hora de enfrentar os velhos inimigos tucanos – agora e sempre.

Com a vantagem de 59 anos de política que trouxeram a experiência.

Pode estar aqui a renovação política do PMDB.

Ou há opções?

Como símbolo de renovação, a legenda conta hoje com o deputado estadual Wagner Siqueira, o Waguinho.

Ele chegou a esboçar uma oposição árdua na Assembleia Legislativa, assumiu temporariamente a presidência do diretório da capital, fez discursos prenunciando o início da mudança no partido…

“A renovação começou”, chegou afirmar na ocasião de sua posse.

Parece ter cansado. Fez uma grande atuação nas eleições municipais e parou. Tem colocado ‘senões’ na postulação de Iris como candidato na imprensa, porém nem arrisca cogitar o próprio nome.

Daniel Vilela, filho do prefeito de Aparecida de Goiânia, Maguito Vilela, liderou a oposição na Assembleia, criticou o governo, organizou manobras para impedir aprovação de alguns projetos da governadoria, mas…

Diante da dificuldade na eleição da Mesa Diretora da Casa, aderiu ao projeto do líder do governo, Helder Valin (PSDB), e aquietou-se. Tem fôlego?

Samuel Belchior? Bem, para começar poucos sabem quem é e o que pensa Samuel Belchior.

O deputado estadual poderia simbolizar a juventude, a renovação, mas sequer aparece. Não se manifestou sobre CPI, CPMI, sobre eleições municipais, estaduais… não se manifesta. Realiza um trabalho discreto na Assembleia Legislativa. Talvez seja preciso menos discrição. Talvez…

Leandro Vilela? Introspectivo e com trabalho voltado para o segmento agrícola da região Sudoeste.

O deputado federal também é jovem, simpático, mas pouco carismático. Apesar do bom desempenho, não costuma atender a imprensa, com a qual nunca está confortável. Entrou calado no mandato e deve sair mudo. Age com competência na Câmara dos Deputados, mas planeja mesmo é sua eleição para a prefeitura de Jataí.

Bruno Peixoto? Convenhamos, o deputado tem se dedicado as trapalhadas. E obtido êxitos consideráveis.

Ameaçou lançar candidatura própria à prefeitura de Goiânia, contrariando a decisão do partido. Criticou Iris Rezende, Adib Elias, Paulo Garcia (PT) e tantos outros. Promoveu uma reunião entre prefeitos eleitos do PMDB e o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), sem o convite de Marconi e sem motivos que justificassem concretamente o encontro.

O deputado tem conquistado fama de pouco equilibrado emocionalmente, e muito dado à pressão. Sua atuação na Assembleia Legislativa é pequena, sem grandes feitos.

Alguém capaz de apagar Iris?

Alguém que está sendo impedido de ser a renovação no PMDB por Iris?

É Iris, de fato, o fator a impedir as mudanças no PMDB?

A resposta talvez caia como um raio, um candidato novo do céu.

Ou… Esse novo pode muito bem ser o velho e bom Iris.


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