14 de novembro de 2024
Opinião

Neurocientista diz que Inteligência Artificial é marketing para explorar trabalho humano; entenda

O especialista acredita que a ferramenta gera desigualdades no relacionamento com a força de trabalho humano
Foto: Reprodução
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O neurocientista Miguel Nicolelis, que trabalha há 30 anos com redes neurais, mecanismos utilizados pela Inteligência Artificial (IA), acredita que todo esse boom da IA, não passa de marketing para explorar o trabalho humano. Em entrevista à Folha de S.Paulo, o cientista afirma que acha um absurdo as pessoas dizerem que modelos, como o ChatGPT, são dez vezes mais inteligentes que um ser humano.

Para Nicolelis, a inteligência do ser humano é resultado de anos de evolução e não pode ser comparada a mecanismos computados em código binário, como o utilizado pela IA. O especialista afirma que a “inteligência artificial não é nem inteligente nem artificial”. Ele explica que ela foi criada por nós e é um produto programado também por humanos, com conhecimentos advindos do homem. “O algoritmo pode andar e fazer coisas, mas não são inteligentes por definição”, declara o neurocientista.

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Por fim, ele explica que ferramentas, como o ChatGPT, são um grande plagiador, que pega material feito por outras pessoas, mistura tudo e gera um produto novo, mas que, na verdade, é uma grande cópia. “Para o sistema capitalista atual, moderno, a inteligência artificial é a grande ferramenta de marketing, porque gera uma total desigualdade no relacionamento com a força de trabalho”, afirma Nicolelis, em comparação entre as capacidades de rapidez na execução de atividades entre humanos e IA.

Ele complementa fazendo um alerta sobre o uso da Inteligência Artificial. “Os riscos são tremendos. Essas ferramentas têm de ser usadas sob a supervisão humana. Na programação de um sistema de IA, a pessoa pede algo, mas pode não considerar que os meios para alcançar o objetivo são indesejados”, destaca, ao lembrar que o sistema não tem a capacidade de discernimento de regras, e outras tantas habilidades desenvolvidas pela raça humana ao longo do tempo.

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