O deputado federal Armando Vergílio afirmou, neste domingo, 13, em entrevista à Fonte TV, que o recém criado Solidariedade será um “partido sem dono”. Declaração curiosa e pouco convincente perante o contexto político goiano.
Presidir pequenos partidos políticos tem sido um negócio cada vez mais viável, para não dizer rentável. As pequenas franquias garantem representatividade regional e paulatinos acordos administrativos na esfera pública.
Existem ainda os benefícios financeiros. Direta, ou indiretamente, tempo de TV, candidatos competitivos para chapas majoritárias e apoio nacional têm seus preços.
Em junho deste ano, o jornal O Globo fez um levantamento apontando que, nos 32 partidos políticos registrados no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), há uma espécie de “dono”, e ainda foram detectados 150 familiares destes “donos” da legenda em cargos de direção, geralmente remunerados.
Pais, irmãos, tios, primos e cônjuges que ocupam os principais postos de comando.
Surpreendentemente, em Goiás, os partidos tradicionais têm fugido à regra do monopólio. Apesar da liderança inconteste de determinados representantes, a disputa interna garante o equilíbrio de forças em legendas como PT, PMDB e PSDB.
Na contracorrente, Armando Vergílio, pré-candidato ao governo de Goiás pelo Solidariedade, assegura que as decisões do partido serão tomadas juntamente com a militância. Será?
Vai caber a Vergílio mostrar com atos e fatos que não está construindo mais uma legenda de figuração, e sim uma que aspire ao verdadeiro protagonismo.
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